sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Reflexão

Imaghem colhida aqui.

A Suiça segue a Islândia declarando guerra aos «banksters»
por Isaac Davis in Waking Times de 30dez2015. (Tradução sumariada)

A Islândia ganhou a admiração de populistas fazendo o que nenhuma outra nação parece estar disposta ou capaz de fazer: processar banqueiros criminosos por manipulação de colapsos financeiros com o objetivo de obterem lucros.

A sua revolta eficaz contra os banqueiros, que lançaram o país numa crise económica em 2008, é o melhor exemplo de que o mundo não precisa de estar endividado eternamente a uma austera e criminosa elite rica. Em 2015, 26 banqueiros da Islândia foram condenados a prisão e o governo aprovou um leilão bancário para beneficiar a cidadania.

Inspirados pelo exemplo da Islândia, ativistas suíços avançaram com uma petição apelando à realização de um referendo para por termo a um privilégio muito importante dos bancos privados: o poder de emprestarem dinheiro que de facto não possuem, e de criar dinheiro a partir do do nada.

Perante as 110 mil assinaturas, o governo federal suíço confirmou que realizará o referendo denominado Iniciativa Vollgeld, com o objetivo de limitar a especulação financeira exigindo que os bancos privados segurem 100% de reservas sobre os seus depósitos

A Suíça está numa posição-chave para desempenhar um papel revolucionário na mudança da maneira como funciona o sistema bancário global. Além de ser o porto mais seguro do mundo para armazenar riqueza, é também a sede do Bank for International Settlements (BIS), uma empresa privada nublosa propriedade de muitos dos bancos centrais mundiais, e que age como credora de bancos centrais. O BIS é o coração do sistema bancário de reservas global, a política que permite que bancos emprestem dinheiro que não existe de facto nos seus depósitos bancários, mas que, em vez disso, é literalmente criado eletronicamente a partir do nada, sempre que um banco lança uma linha de crédito. 

A reserva bancária é a política que garante a dívida intransponível como o resultado de todas as transações financeiras.

Na Suíça, a iniciativa Dinheiro Soberano pretende reduzir a especulação financeira, que é o resultado previsto e inevitável da reserva bancária, a ferramenta que torna possível o aventureirismo financeiro ao fornecer aos bancos quantidades infinitas de moeda fiduciária.

Limitar a capacidade de um banco produzir dinheiro a partir do nada seria um golpe direto às raízes do cartel banqueiro e reduziria a sua capacidade de manipular a economia mundial. Eis como «a coisa» funciona: quando eles emitem muito dinheiro há um boom. Quando emitem dinheiro a mais, é inflação. Quando param de emitir dinheiro ou o seguram, há depressão. Na Suíça, 90% de todo o dinheiro em circulação é eletrónico e, por isso, o Banco Nacional da Suíça tornou-se o alvo direto da campanha Dinheiro Soberano.

Antigamente, a legislação suíça exigia que os bancos cobrissem toda a criação de moeda com 
ativos colaterais como prata ou ouro, mas nas últimas décadas as coisas mudaram e devido à emergência de operações de pagamento eletrónico, os bancos recuperaram a oportunidade de criarem seu próprio dinheiro. Os líderes da presente campanha sublinham que a intenção do referendo é fazer com que os bancos deixem de poder criar dinheiro para si mesmos, podendo apenas emprestar dinheiro que têm dos seus aforradores ou de outros bancos.

Defende-se que o banco central deveria ser o único com direito a criar dinheiro. Porém, há peritos que pensam que isso deixaria a criação de dinheiro nas mesmas mãos que controlam a Reserva Bancária ou o Banco de Inglaterra em vez de os deixar fazer outsourcing do processo.

Na eventualidade pouco provável deste movimento ganhar e fazer aprovar legislação que ameace a elite banqueira, não será de admirar que, de repente, descubram na Suíça armas de destruição massiva ou que o país esteja a financiar o Estado Islâmico.

Aditamento: nem de propósito, veio o Chefe do Exército Suíço dizer que as coisas não parecem tão seguras como antigamente - «A agitação social não pode ser descartada».


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