segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Bivalves continuam a morrer na ria de Alvor

Ria de Alvor. Imagem captada aqui.

O regulamento do Parque Natural proíbe a introdução de qualquer espécie não autóctone.
Mas houve quem introduzisse ostras francesas. Estas têm aparecido mortas, às toneladas. Pior: o vírus que matou milhares de ostras desta espécie na Ria de Alvor está também a contaminar a amêijoa da Formosa, que começa a aparecer morta em grande quantidade. 
As causas continuam por apurar, uma vez que as opiniões dos especialistas divergem entre si. Porém, tudo aponta para que a conjugação simultânea de vários fatores terá contribuído para este desastre: as temperaturas elevadas para a época, os níveis elevados de microalgas e um aumento da carga orgânica na ria, que pode ter sido causado por eventuais problemas no funcionamento de estações elevatórias de águas residuais ou mesmo de ETARs que terão obrigado a descargas diretas nas ribeiras e rias. «Na zona, há uma estação elevatória de águas residuais que por vezes não funciona como devia. O esgoto entra na estação elevatória e sai diretamente para a ribeira. E um quilómetro abaixo estamos nós. Somos o tanque de decantação, digamos assim. Vai lá parar tudo, em cima dos nossos viveiros», sublinha Rui Ferreira da Ostra Select. 
Fernando Gonçalves, presidente da Associação Portuguesa de Aquacultores, lembra que o mesmo problema já foi detetado na Ria Formosa, afetando a produção de amêijoas. «O que nos chegou aos ouvidos foi que em Tavira ocorreram algumas mortalidades de ostra. E que na zona entre Faro e Olhão ocorreram em amêijoa. Curiosamente, esta zona de produção de amêijoa na Ria Formosa tem uma ETAR a montante. Por isso, as suspeitas, aí, voltam a recair sobre algum tipo de descarga que possa ter havido da própria ETAR», refere. RR.

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