Buraco de S. Pedro, Fenais da Luz, SMiguel-Açores. Foto de Magda Viegas Alves, 5dez2015.
O corte nos subsídios à energia solar no Reino Unido representa uma série de tiros nos pés, alerta Dough Parr, da Energy Desk.
David Cameron pode muito bem ter ido armar-se líder do clima na Cimeira de Paris dizendo que ia acabar com a energia do carvão. Regressado a casa, autorizou a fraturação hidráulica para a extração de gás de xisto no subsolo dos parques naturais e anunciou o corte de subsídios às energias renováveis.
Os subsídios atribuídos à energia solar já permitem a produção de 8 GW que é distribuída a 670 mil casas. David Cameron diz que isto é muito caro e que vai reduzir os subsídios em 64%. Ora isto representa uma série de tiros nos pés, porque (1) há milhares de empregos em risco – fala-se de 20 mil; (2) enquanto anuncia cortes nos subsídios às renováveis, o governo de Cameron dá ao gás e ao petróleo benefícios fiscais 8 vezes superiores aos subsídios anunciados para as renováveis até 2010; (3) a energia solar poderá libertar-se dos subsídios em 5 anos, enquanto os subsídios atribuídos em outubro aos franceses e aos chineses para desenvolverem um programa nuclear irá acrescentar 33 libras à fatura anual dos britânicos durante várias décadas; (4) o preço da energia solar está a baixar cada vez mais: o preço dos painéis solares baixou 80% entre 2008 e 2013: neste momento, cada GW de energia solar representa poupanças de 35 milhões de libras por ano; na Austrália, a energia solar doméstica é mais barata do que a da rede; em Espanha, a energia solar tornou-se tão barata que passou a ser taxada; (5) o governo britânico está ultrapassado se pensa que ô futuro está no urânio. Gigantes energéticas como a Centrica e a EOn já alertaram para o importantíssimo papel do solar.
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