terça-feira, 26 de maio de 2015

Reflexão – Bruxelas deixa lóbi da água controlar o negócio

Nunca é demais relembrar um facto relatado pelo DN de 9 de dezembro de 2013: a água de 20 municípios já está nas mãos privadas de espanhois e chineses.

Há gente que parece só agora ter acordado para esta realidade. Já há 11 anos, até mesmo o Público falava disto, da privatização dos serviços de abastecimento de águas e esgotos em Paços de Ferreira, com os privados a imporem subidas desastrosas nas tarifas. Barcelos, Marco de Canavezes, Cartaxo, Gaia e muitos outros municípios seguiram o mau exemplo. Tudo na melhor das intenções, tudo na vã ilusão dos privados cumprirem promessas de serviços com mais qualidade e menos custos. 

Tem saído tudo ao contrário, para o que, aliás, muitos ambientalistas e cidadãos informados e preocupados, na altura, fizeram questão de alertar. A qualidade dos serviços privados de abastecimento de água pioraram, os preços subiram em flecha, há gente a arrancar os cabelos de raiva por terem de cumprir 30 ou mais anos de contrato ruinoso. 

Os cordelinhos que controlam o negócio da água estão em Bruxelas. A União Europeia permite que o poderoso lóbi da água a pressione para atingir esse objetivo, fingindo que se trata de um grupo de apoio. Gente como Bernard Guirkinger, da Suez Environment, Carlos Cosin, da Abengoa Water, Corrado Pirzio-Birolli, da European Landowners Organization, Richard Grohe, da Hansgrohe GMBH, Peter Geuns, da General Electric Water and Process Technologies, Simon Drury, da Climate Change Capital Private Equity Fund, controlam o negócio. 

Será que conseguiremos trocar-lhes as voltas e fazer com que a água continue a ser um bem público?

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