Claire Robinson, na NI de abril 2105, conta o que aconteceu a cientistas que ousaram investigar e concluir que os transgénicos não são seguros.
Sabia que a Monsanto e outras produtoras de sementes transgénicas restringem o acesso das suas sementes a investigadores independentes? Sabia que quem compra sementes transgénicas patenteadas pela Monsanto é obrigado a assinar um compromisso jurando que não vai usar essas sementes para investigação nem as vai passar a ninguém para esse fim? E sabia que, mesmo que dêem licença para investigação, essas empresas arrogam-se o direito de bloquear a publicação dos resultados se eles não forem convenientes?
Por isso, não é por acaso que cientistas cujas investigações questionaram a segurança dos cultivos transgénicos sofreram ataques dirigidos a si e aos seus estudos:
1 Nos anos 90, um dirigente da britânica Royal Society ameaçou despedir o editor da The Lancet se ele publicasse a investigação de Arpad Pusztai, um cientista a trabalhar no Rowett Institute, na Escócia. Pusztai descobrira que as batatas transgénicas produziam efeitos tóxicos sobre os ratos de laboratório. A Lancet publicou os resultados, mas Pusztai foi vilipendiado por indivíduos e organizações científicas pró-transgénicas com o objetivo de o desacreditar e de destruir a sua investigação, acabando por perder o emprego, o subsídio e a equipa de investigação e até mesmo foi proibido de falar sobre as suas investigações. A campanha para silenciar Pusztai envolveu figuras gradas como o presidnete dos EUA Bill Clinton e o primeiro-ministro britânico Tony Blair.
2 Em 2012, Séralini publicou um longo e profundo estudo que detetou danos no fígado e nos rins de ratos alimentados a milho transgénico da Monsanto. Após um ano de intensa campanha de desacreditação deste estudo, o editor retirou o artigo, que acabou sendo republicado noutra revista. Todos os críticos do estudo, nomeadamente os da Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar, tintam conflitos de interesses uma vez que colaboravam com as indústrias que eles próprios regulavam.
3 Depois de Judy Carman ter recebido apoio do governo australiano para investigar os efeitos de transgénicos em animais, ela sofreu 6 ataques pessoais durante 10 anos por parte de cientistas pró-transgénicos. Atacaram-na através da sua universidade, alegando que estava a mentir e difamando o seu departamento e toda a universidade. Acabou perdendo dois empregos.
4 Manuela Malatesta, investigadora italiana, descobriu que a soja transgénica distribuída pela Monsanto causava danos no fígado, no pâncreas e nos testículos dos ratos de laboratório. Depois de publicar as conclusões da investigação, foi obrigada a demitir-se da universidade onte tinha trabalhado durante 10 anos.
Por isso, muitas organizações públicas aliam-se à indústria dos transgénicos para poderem ter acesso a subsídios. Essas empresas têm representantes nos órgãos de decisão das universidades e têm uma palavra importante a dizer em matéria de fundos para investigação.
Por exemplo, a Monsanto doou pelo menos 1 milhãos de dólares à University da florida. Muitas universidades norte-americanas que investigam sementes dependem da Monsanto.
Os apoios dados a instituições públicas permitem que as empresas canalizem recursos para áreas que lhes possam trazer benefícios. As empresas patateiam cultivos transgénicos em parceria com a universidade e a universidade produz investigação que, com o selo da objetividade acvadémica, convence os reguladores da segurança ou eficácia dos transgénicos.
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