Cartoon retirado daqui.
- «A evasão fiscal é uma acusação muito grave. Temos que, a partir de agora, investir a sério na evasão judiciária!»
- Com que então temos um peixinho, tipo petinga, que veio na rede do escândalo da evasão fiscal promovida pelo gigante HSBC. A sério? Não é por nada, mas desconfio que esta estória da Sílvia Caçador está a ser muito mal contada. Os media portugueses invadiram a sua aldeia natal e esmiuçaram o que havia para esmioçar. Mais uma vez vimos imensa gente a descobrir o mesmo, a revelar mais do mesmo. Lá fora acontece o mesmo: neste tipo de casos, a arraia-miúda é que aparece sempre na rede. Senão, vejamos. Conta o Daily Beast que, enquanto o ministério da Justiça norte-americana processava clientes do banco HSBC por evasão fiscal, nada fez, durante 5 anos, contra os banqueiros responsáveis, mesmo depois de ter apanhado o banco a lavar 881 milhões de dólares dos carteis da droga. E quando apanhou o banco a esconder negócios ilegais com o Irão e a Coreia do Norte o máximo que conseguiu foi aplicar-lhes uma multa de 1,26 milhões.
- Malditos submarinos, por Bruno Nogueira in TSF/Tubo de Ensaio 11fev2015.
- «(...) Pelo escândalo que gerou, caiu o convite escabroso para que as câmaras cortassem professores, até ao limite máximo de 5% do número considerado necessário, a troco de 12.500 euros por docente abatido. Mas porque os agiotas não dormem em serviço, a Cláusula 40.ª ampliou o cinismo da poupança a todos os recursos educativos e regulamenta a partilha de 50% dos despojos. Chamam-lhe ‘incentivos à eficiência’. O pessoal não docente passa a ser gerido pelas autarquias (Cláusula 19.ª), abrindo-se a porta à utilização do mesmo em qualquer serviço camarário. A Cláusula 21.ª torna ainda mais fácil a contratação de privados para o funcionamento das AEC. A Cláusula 25.ª congela todos os gastos por quatro anos. A Cláusula 39.ª favorece a desvirtuação do trabalho pedagógico sério em benefício dos resultados nos exames. A definição dos critérios para a organização e gestão da rede escolar fica pelouro da autarquia, via verde para a privatização que se pretende. (...) Serão poucos os que guardarão memória do Guião para a Reforma do Estado, apresentado pelo vice-primeiro-ministro e objecto de reunião magna do Governo na Sala do Capítulo do vetusto Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça. Redigido em corpo 16 e com espaçamento pródigo para suprir em espaço o que lhe faltava em ideias, o documento teve o mérito de fixar em escrita uma agenda de entrega ao mercado das mais importantes funções sociais do Estado, sendo as propostas para a Educação o paradigma claro da intenção de utilizar fundos públicos para financiar negócios privados: criação de escolas concessionadas, instituição do cheque-ensino e reforço dos contratos de associação. Por ironia do destino, a pompa do acto foi servida por circunstância curiosa, que os monges de Cister não protegeram: a imprensa, nacional e internacional, com a prestigiada The Economist à cabeça, dava-nos na mesma altura conta da falência completa da alma mater das escolas concessionadas. A reforma inspiradora, a sueca, iniciada há 20 anos, falhara em toda a linha: a diferença de qualidade entre escolas tornou-se um problema nacional; a segregação social, que antes não existia, cresceu preocupantemente; os resultados dos alunos suecos, medidos pelo PISA, desceram exponencialmente; os gastos públicos não diminuíram; e o ministro sueco da educação anunciava o fim da festa e o retorno das escolas à tutela directa do Estado, reconhecendo que a reforma não poupou, não melhorou e segregou, em nome de uma liberdade de escolha que não funcionou. Os pressupostos fixados na proposta de delegação de competências em apreço, cruzados com as intenções que já foram anunciadas quanto ao cheque-ensino, poderão repetir no país o que se verificou na Suécia, com a criatividade activa dos grupos económicos a explorarem o negócio até que, anos volvidos, se reconheça a sua falência. Com esta municipalização, os autarcas acabam promovendo políticas a que se oporiam se a iniciativa partisse do Governo central, e o Governo central subtrai-se, maquiavelicamente, aos protestos que as suas políticas originariam. É caso para citar Steve Jobs: ‘Porquê alistarmo-nos na marinha, se podemos ser piratas?’» Santana Castilho in Municipalização da educação: quietinhos, não respirem, já está! Pùblico 11fev2015.
- Trabalho infantil nos campos de tabaco dos EUA? O Huffington Post conta, citando o relatório do Human Rights Watch. E o Tweeter impediu-me de partilhar a estória, quer diretamente a partir do link do texto original do HP, quer copicolando o título do texto seguido do respetivo link. Por duas vezes recebi a mensagem de que a minha conta tinha sido bloqueada. Para a desbloquear tive de, por duas vezes, fornecer o número do telemóvel para, com os códigos recebidos, a desbloquear. Estranho, não acham? A partilha da notícia no Google+ decorreu sem qualquer tipo de problema.
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