«Hoje, todos se dizem Charlie. Eu também sou. Mas devemos sê-lo todos os dias denunciando sem ceder à auto-censura quando se refere aos que nos conduzem à miséria, à exploração e à guerra. Há quem hipocritamente se diga hoje Charlie para amanhã esconder quem é que deu armas ao ISIS, à al-Qaeda e a outros grupos. Amanhã, esses, vão guardar silêncio para os crimes do extremismo religioso israelita contra o povo palestiniano. Ou vão inventar novas armas de destruição massiva para justificar matanças pelo mundo fora. Os jornais e os jornalistas que se auto-censuram - ou que manipulam de peito erguido - também são culpados do que se passou hoje na redacção do Charlie Hebdo. Todos, sem excepção, grandes grupos económicos e financeiros, incluindo os governos, partidos, jornais e mercenários em que mandam, merecem a nossa repulsa. São eles os assassinos do Charlie Hebdo. E a nós cabe-nos defender a liberdade de expressão, a liberdade de imprensa e a liberdade religiosa dentro dos limites de uma sociedade laica. Mas, principalmente, cabe-nos defender a paz e um mundo de justiça social. Esses princípios são os verdadeiros inimigos do imperialismo, do fascismo e do extremismo religioso.» Bruno Carvalho in Manifesto74 7jan2014.
Sem comentários:
Enviar um comentário