segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Bico calado

  • «O vazio intelectual português é a imagem devolvida da sociedade actual. Que sabem da vida, da cultura e dos costumes, por exemplo, um tal Pedro Mota Soares, católico e tudo, mas completamente distante, porque assim o deseja, das nossas preocupações mais elementares, ou um Nuno Melo ou um… sei lá quem mais!, todos organizados para tratar da vidinha? Estes e outros que tais representam quem?, a não ser as direcções dos partidos que os designaram segundo o índice das suas pessoais obediências. A desconfiança do português comum nos políticos é total. E a comunicação social comporta-se com um servilismo tão baixo que nem nos tempos mais sombrios do fascismo santa-combadense se revelou tão ignóbil. Depois, nos meios de comunicação estão "factotums" que nada têm a ver com jornalismo e são meros representantes de cavilosos interesses. Sei do que falo. E, por ora, não quero adiantar mais.» Baptista Bastos in JNegócios 16jan2015.
  • O estranho caso do ministro Pires de Lima, por Manuel Carvalho in Público 18jan2015: «António Pires de Lima, sexta-feira à tarde, em conferência de imprensa: todos os trabalhadores da TAP estão protegidos do despedimento colectivo durante 30 meses porque, para lá do acordo com os sindicatos, ‘prevalece a norma geral do Direito’. O que fica em causa neste aparatoso recuo de um ministro tido por sensato e competente não é apenas um confrangedor erro de análise jurídica de uma intenção de alta sensibilidade; o que perturba neste episódio é a constatação de que o Governo que se investiu da nobre missão de nos libertar da tutela do Estado caia assim, tão facilmente, na tentação de manipular o livre arbítrio de trabalhadores e sindicatos que não lhe obedecem. (...) Querendo perpetuar o seu poder para lá da privatização, o Governo dispunha-se a fazê-lo sob os ditames de um paternalismo bafiento que confere ao Estado o direito de puxar as orelhinhas aos que ousam pagar quotas a sindicatos politicamente incorrectos. Como outrora com os priores da paróquia, indulgências só seriam concedidas à parte do rebanho que se porta bem. Os discursos em prole da ‘libertação’ da sociedade que o primeiro-ministro tanto gosta de propalar foram por algumas horas suspensos, em favor de uma atitude de comando e controlo digna de um Estado colectivista. (...) Os maus da greve estavam a ser castigados e os bons protegidos. O direito de cada um a escolher a representação laboral de acordo com os seus valores ficara irremediavelmente comprometido. Ser ou não ser competente, diligente e produtivo pouco importava nesta fórmula de gestão; mais importante que o interesse da companhia e dos seus accionistas era o ajuste de contas com os “culpados”, remetidos para o outro lado da barricada do Governo. O Governo campeão do liberalismo estava a promover um breve episódio de engenharia social e política.»
  • Parte de um viaduto construido na auto-estrada que liga Palermo e Agrigento colapsou 10 dias depois da sua inauguração. 13 milhões de euros do erário público...

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