Como a espionagem governamental tem minado o combate às alterações climáticas, por Andrew Kerr.
A cimeira climática de Lima, que começa a 1 de dezembro, é uma nova oportunidade para as negociações climáticas da ONU, antes de uma decisão mais elaborada e que será tomada em Paris, em 2015. Será que vão, pela enésima vez, reunir e pouco ou nada decidir? Ou será que muitos deles estarão mais empenhados em espiar os parceiros e em defender-se dos espiões?
É que os dinamarqueses têm provas de que os espiões da norte-americana NSA foram os responsáveis pelo falhanço da cimeira de Copenhagem, em 2009.
Tudo porque tiveram acesso a um documento secreto garantindo que, juntamente com os seus parceiros próximos de agências de informação na Austrália, Canadá, Nova Zelândia e Reino Unido, o chamado Cinco Olhos, continuariam a fornecer aos políticos uma visão única, em tempo útil, sobre os preparativos dos países-chave e das suas metas para a conferência, bem como as deliberações dentro dos países em matéria de políticas de mudanças climáticas e estratégias de negociação.
Os dinamarqueses têm provas de que o Reino Unido também espiou sistematicamente os preparativos para as cimeiras climáticas anteriores.
A situação é tão insustentável que o próprio secretário geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, lançou uma investigação, considerando que toda a informação diplomática era inviolável e, por isso, devia ser protegida, pelo que a violação desta regra devia ser investigada.
Convenhamos que decidir sobre a redução da poluição é negócio sério, com impactos de milhares de milhões sobre investimentos atuais e futuros e que os interesses instalados têm vantagem se conhecem as posições dos adversários. Até agora, quando um indivíduo espia, é rotuladode hacker e perseguido até ao fim do mundo. Por outro lado, se um governo espia, isso é considerado vigilância e não se passa nada.
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