quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Bico calado

  • Quem sobreviveu melhor ao naufrágio do BES? O Goldman Sachs, escreve o Dinheiro Vivo.
  • “O povo precisa desesperadamente de ver certos frequentadores da Comporta atrás das grades: nós não podemos continuar a viver num país em que o Sr. Santos vai preso porque roubou 100 mil euros com uma pistola, enquanto o Dr. Espírito Santo é convidado a demitir-se porque fez desaparecer 100 milhões de euros com uma caneta.” João Miguel Tavares in  O Novo Banco e uma nova política, Público 5ag2014.
  • “Sim, a fúria dos portugueses será demolidora. Vai-se virar contra aqueles que, cada vez com mais dificuldade, os servem. Não há grandeza neste povo, afinal. Não há génio, não há chama. E os Governos, sabendo disso, vão alimentando a pequenez deste povo, cultivando a divisão privado e público, trabalhador e reformado, novo e velho, porque assim lhes convém. Este povo fará como o fulano que, depois de ser enxovalhado pelo patrão se cala e, chegando a casa, pontapeia o cão que lhe festeja a chegada, dá uma bofetada ao filho que lhe mostra o caderno e espeta um murro à mulher que lhe faz a comida. Para depois se queixar do cão, do filho e da mulher. Com um povo assim, não é difícil governar-se.” Fátima Inácio Gomes in Parlamento Global 4ag2014.
  • “O Banco de Portugal, no lugar de ir ao património pessoal dos administradores do BES e do GES e de todos aqueles que engaram os portugueses e cometeram atos danosos, preferiu meter no mesmo saco responsáveis e não responsáveis e obrigar todos a pagar a fatura. É previsível que muitos reajam. Portanto, vai-se certamente assistir a cenas públicas muito semelhantes às que se verificaram em outros bancos (BPP, BPN), agora com a diferença que os balcões do chamado “novo banco” serem os mesmos do BES o que não deixará de se refletir no risco reputacional do “novo banco” reduzindo o seu valor e aumentando os prejuízos prováveis do Estado (...) A “solução milagrosa” assenta numa grande mentira: que o Estado, ou seja, os contribuintes, não terão de “meter um centavo”. O “novo banco” vai ser recapitalizado em 4.900 milhões € pelo “Fundo de resolução”, cuja administração é nomeada pelo Banco de Portugal e pelo Ministério das Finanças, que não tem dinheiro (no fim de 2013 tinha apenas 185 milhões €, a maioria receita de impostos), por isso o Ministério das Finanças vai fazer um empréstimo, utilizando o dinheiro da “troika”, que terá de ser pago pelos contribuintes portugueses Espoliação dos pequenos acionistas e o Estado transformado em prestador de último recurso. (...) O Estado será reembolsado do empréstimo quando o “novo banco” for vendido a privados, e se o preço for inferior ao empréstimo, o Estado paga à “troika” e depois irá receber na medida em que os bancos paguem as suas quotas ao Fundo de resolução. É um “grande negócio para o Estado” que cheira muito a BPN. Mas as eventuais consequências para o Estado, ou seja, para os contribuintes desta “solução milagrosa” não ficam por aqui. E isto porque a solução engendrada pelo BdP e pelo governo faz lembrar aqueles empresários que, para fugir ao fisco ou à justiça, transferem os seus bens (os ativos bons) para uma 3ªpessoa de confiança ficando na sua posse apenas as dividas (os ativos tóxicos) pensando, que desta forma, se desresponsabilizam-se em relação à sua gestão danosa e não têm de pagar as dividas.” Eugénio Rosa in  Espoliação dos pequenos acionistas e o Estado transformado em prestador de último recurso que tem de pagar os desmandos dos banqueiros.
  • A diretora do departamento de mercados financeiros do Banco Espírito Santo explicou, na semana passada, a “engenharia financeira” quer permitiu ao BES colocar os seus clientes a financiarem o Grupo Espírito Santo sem que os mesmos soubessem e contra todas as indicações do Banco de Portugal.
  • As petrolíferas BP e Cobalt International Energy estão a financiar um misterioso centro de investigação angolano que até pode não existir.

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