sábado, 5 de abril de 2014

Reflexão - privatização dos resíduos

Imagem: Emidio.

O ministro do Ambiente, Jorge Moreira da Silva, apelou à nossa serenidade em relação à privatização da EGF, sub-holding do Grupo Águas de Portugal responsável pelo tratamento e valorização energética dos resíduos sólidos urbanos produzidas por cerca de 60% da população de Portugal. Tudo porque a falta de serenidade, a litigância, pode afastar, pode desmotivar os interessados privados no negócio dos resíduos.
Haja, pois, serenidade, não percamos o norte, porque estamos a falar de um negócio que rende milhões, tudo à pála da atual anexação das taxas dos resíduos à fatura dos nossos consumos de água. 
E como prevejo, nestes plúmbeos tempos de refluxo social e político, que a privatização da EGF se concretize, assinemos, serenamente, um contrato em que o estado NÃO seja responsável pela eventual redução da quantidade e do volume de resíduos que vier a verificar-se e NÃO tenha que compensar os privados por essa diferença. Haja serenidade e haja fatura de resíduos separada da da água, porque uma coisa é água e outra coisa são resíduos. Que os privados, serenamente, criem condições para o cálculo e registo dos resíduos produzidos pelos seus clientes. Que os privados, serenamente, deixem de faturar à custa dos consumos de água. Serenamente.

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