terça-feira, 18 de março de 2014

Os autarcas de Espinho querem mesmo poupar energia?


A assembleia municipal de Espinho aprovou em 14 de março, sexta-feira, uma recomendação do PS no sentido de o executivo camarário proceder ao levantamento e tomada de medidas de eficiência energética, como forma de redução da fatura energética e sustentabilidade dos edifícios municipais.

Apesar de ter merecido a unanimidade, a recomendação foi alvo de vários ataques provenientes do PSD. Para Vicente Pinho, vice-presidente da câmara, os 40% líquidos de aumentos registados entre 2009 e 2013 na fatura de eletricidade do município, referidos por José Carvalhinho (PS), tinham sido empolados, devendo antes ser vistos sob o prisma do aumento do IVA para 23%. Pinto Moreira, presidente, considerava, de forma bastante veemente e crispada, que a recomendação era "vergonhosa" (sic) porque o PS estava a fingir-se preocupado com a poupança de energia quando, durante 16 anos de maioria socialista, nunca tinha feito nada para alterar a situação e, recentemente, no executivo de maioria social-democrata, os vereadores socialistas tinham votado contra os projetos de eficiência energética entretanto concretizados, como a introdução do gás natural no aquecimento da piscina municipal. 

Entretanto, a tranquilidade do fim de semana fez aclarar algumas memórias, nomeadamente uma relacionada com o que fora exarado na ata da reunião ordinária da Câmara Municipal de Espinho de 28 de junho de 2011. Lá se refere que um projeto de eficiência energética na iluminação pública tinha sido aprovado POR UNANIMIDADE pelo executivo constituído por eleitos do PSD e do PS.

Felizmente, esta recomendação teve muito melhor sorte do que uma semelhante, apresentada pelo BE em 15 de maio de 2006, que mereceu apenas o voto favorável do vogal do BE. Resta agora saber se, apesar da festejada unanimidade, o município vai de facto tomar medidas que façam a fatura da iluminação pública e dos edifícios municipais baixar significativamente, de modo a ajudar a resgatar a dívida que há anos tem para com a EDP. Estou como S. Tomé: ver para crer. É que a iluminação pública de muitas zonas  de Espinho insiste em estar ligada quando ainda o dia é claro, e insiste em manter-se ligada quando a manhã já é clara.

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