“Na verdade, as dunas com sua flora e fauna características constituem numa grande parte do litoral norte-centro do país uma relíquia do passado. Um biótopo em vias de extinção. Formadas ao longo do tempo por areias eolizadas e fixadas pela vegetação, o desaparecimento destes importantes areais não se evita com o teimoso arremesso de pedra, mas antes, com a necessaria reposição da areia ern falta. A protecção da orla costeira será apenas uma realidade quando os investimentos em intervenções destinadas à conservação da natureza deixarem de representar como que a ‘esmola’ no orgamento dum qualquer Plano de Ordenamento da Orla Costeira.
Ao invés, essa opção pela conservação deverá constituir uma das primazias dos futuros Planos de Ordenamento e Protccgio da Orla Costeira.
Neste sentido será recomendável a revisão rápida dos actuais POOC face às lacunas demonstradas nos mesmos, tanto mais notórias quanto o ritmo de destruição que tem vigorado nosúiltimos tempos na faixa litoral portuguesa.
Assim, a existir uma política de defesa costeira não poderá ser esta dirigida unicamente para as praias balneares, antes deverá ser pensada para toda a faixa litoral.
Concretamente e no que diz respeito a projectos de melhoramento e reconversão propostos para certas estâncias balneares, os quais poderão vir a mostrar-se agressivos para o equilíbrio do cordão dunar e sectores de praia adjacentes, importa que os mesmos venham a ser reformulados no sentido de uma correcta compatibilização entre os interesses turísticos e ambientais.”
A Praia dos Tubarões, por Álvaro Reis, 2006, p161
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