segunda-feira, 17 de junho de 2013

Bico calado

  • A pátria onde Camões morreu de fome e onde todos enchem a barriga de Camões! (José de Almada Negreiros)
  • “A razão pela qual o povo português parece ser mais ‘paciente’ resulta muito simplesmente de que muitos têm medo de perder ainda mais do que o que já estão a perder. E como o discurso da divisão deixa cada um sozinho na sua fábrica, na sua escola, na sua repartição, o medo ainda é eficaz. Mas o medo é destrutivo da sociedade e da democracia, e dá saída apenas para o desespero, o momento em que as pessoas percebem que já não há mais a perder. E nessa altura o seu desespero não se verá em manifestações da CGTP ou dos ‘indignados’”. – Pacheco Pereira in “Eles” (os funcionários públicos) são uma parte de “nós”.
  • Se não conseguimos parar as empresas de se esconderem nas Ilhas Cayman para fugirem aos impostos, precisamos mesmo de nos tornarmos piratas, escreve Paolo Cirio. Na cimeira do G8 em Belfast, o primeiro ministro britânico David Cameron apelou ao fim da evasão fiscal. Mas vai ficar tudo na mesma, até porque Cameron é responsável pelo que acontece na City e nas Dependências da Coroa, autêntico coração das offshores mundiais e da evasão e fuga fiscal. Se as empresas não pagam impostos, toda a gente perde hospitais, escolas, manutenção de estradas e até pensões. Enquanto estes piratas dos impostos vivem À grande, os adversários das offshores e da evasão fiscal que se manifestam nas ruas são brindados com cargas da poolícia de choque. Os centros financeiros de Londres, New York, Frankfurt e Hong Kong são hoje fábricas tóxicas que exploram jurisdições de offshores como as Cayman, Jersey, Zurich e Singapura com recursos venenosos, embora legais. Quando a impunidade e a injustiça se tornam normais, a transparência torna-se uma palavra vazia. 

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