segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Jardim, a grande fraude (5)

“Em Fevereiro de 1973, expressa de forma eloquente a sua admiração pelo partido único – ‘a única fórmula eficaz de combater o comunismo ou qualquer outra forma de opinião que ameace esmagar as sociedades livres [...]’ – e pela ANP – ‘um grande organismo de actuação pujante e orientado no culto da informação e doutrinação verdadeira, lusíada e humanista’. Nesse mesmo mês, reafirma: ‘As eleições de 69 [...] traduziram-se numa vitória retumbante dos candidatos da União Nacional.’ (...) Em Novembro de 1970, no artigo Revisão Constitucional, Jardim mostra-se contra a existência de partidos e tem a fantástica opinião de que a Europa está atrasada politicamente em relação ao seu Portugal salazarista: ‘No aspecto internacional surgiu uma Europa demasiadamente verde para a democracia dos tempas modernos, caldeada rotineiramente no multipartidarismo atrofiante, herdado da burguesia oitocentista.’ (...) também era contra o sufrágio universal, pois nem toda a gente deveria ter o direito de votar, como se pode ver pelo texto por si assinado em 5 de Abril de 1972: ‘[...] o sistema ideal é estender a capacidade de eleger à maioria esmagadora das populações, deixanda de fora a ínfima minoria de analfabetos, menores e outros incapazes de conveniente discernimento.’”

Jardim, a grande fraude, Ribeiro Cardoso – Caminho 2011, p49.

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