domingo, 10 de fevereiro de 2013

Jardim, a grande fraude (11)

“Basta lembrar que os terroristas da FLAMA (...) foram capazes de destruir à bomba um avião da Força Aérea Portuguesa estacionado no aeroporto de Santa Catarina e de fazer explodir um carro com dois inspectores da Policia Judiciária do continente em serviço no Funchal, os quais tiveram de ser evacuados para Lisboa ficando um deles em estado de coma várias semanas. E a comitiva do então primeiro-ministro almirante Pinheiro de Azevedo, que se havia deslocado à Madeira, foi obrigada à última hora a mudar o seu trajecto para o Funchal por terem sido descobertos explosivos prontos a detonar debaixo de uma ponte por onde o almirante devia passar. O mesmo aconteceu com um outro atentado perpetrado por elementos da FLAMA, desactivado no último minuto por alegadas divergências entre as autodesignadas alas militar e política do tal movimento, que pretendia fazer ir pelos ares o autocarro em que, acompanhado de crianças e adultos, se deslocava Otelo Saraiva de Carvalho em plena campanha para as presidenciais de 1976. Isto, claro, para já não falar do falecimento de um aprendiz de bombista que deixou que o engenho lhe explodisse nas mãos e das mortes estranhas e nunca explicadas de dois flamistas ou ex-flamistas, um dos quais estava preso e de quem disseram ter-se suicidado.  Anos mais tarde, também um conhecido flamista apareceu a boiar na baÍa do Machico, sem que até hoje se saiba porquê.”

Jardim, a grande fraude, Ribeiro Cardoso – Caminho 2011, p77.

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