quinta-feira, 1 de novembro de 2012

Cavaquices (23)

“Desde que foi reeleito Presidente da Republica, a 23 de Janeiro de 2011, Cavaco Silva já não precisa de disputar mais eleições. Tem já assegurado, enquanto futuro ex-Presidente da República, um gabinete pessoal e segurança permanente. Tal situação política não acontecia em Portugal desde 4 de dezembro de 1980, após a morte de Sá Carneiro. Assim, o homem a quem o Nobel da Literatura, José Saramago, deu o epíteto de ‘génio da banalidade’ já não precisa de ‘trair’ líderes do PSD, deixou de ter necessidade de fazer políticas eleitoralistas ou de criar mitos à volta da sua pessoa para conquistar os votos do eleitorado português. Na presente situação de crise financeira, parece ter pouco para dar. Deste modo, afirmar que a reforma mal lhe chega para as despesas  numa altura em que o país sofre uma nova intervenção do FMI, levam inevitavelmente a atos de indignação popular e ao consequente decréscimo da popularidade do Chefe de Estado. O Presidente da República, cargo que está acima do jogo político, e que deveria ser desernpenhado com essa visão, é agora sujeito a vaias em público.”

Frederico Duarte Carvalho, Cavaco vs Cavaco p258, Vogais 2012

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