quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Cavaquices (19)

“Cavaco não contou na autobiografia que a ‘carta de um jornalista’ que recebeu em S. Bento era um fax assinado pelo então diretor-adjunto do Expresso, Joaquim Vieira, datado de 21 de novembro cle 1994, no qual perguntava qual o valor global pago pelas obras realizadas na residência particular, Cavaco também omitiu da autobiografia que respondeu nesse mesmo dia, por escrito, para o diretor do Expresso, o arquiteto José António Saraiva, onde dizia ter tido conhecimento de ‘alguns factos insólitos’ na semana anterior e que envolvia ‘um jornalista que afirma ser do vosso semanário, que me fizeram lembrar atitudes do tipo policial do passado que eu julgava incompatíveis com a democracia que vivemos’. Explicava depois que um pedreiro encarregue por sua mulher para as obras em casa ‘fez chegar ao nosso conhecimento que anda a ser perseguiclo por um jornalista de nome João Ramos de Almeida, que diz pertencer ao Expresso, inquirindo-o sobre os trabalhos que realizou e o que viu na nossa casa’. E, a seguir, o primeiro-ministro Cavaco Silva escreveu a frase que viria a provocar a queixa de difamaçãoo da parte do jomalista: ‘Mais acrescentou que o referido jornalista anda também a interrogar os fornecedores onde foram comprados os materiais utilizados nas obras e que uma vez se teré mesmo apresentaclo como sendo polícia da Judiciária’”.

Frederico Duarte Carvalho, Cavaco vs Cavaco p223-224, Vogais 2012

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