terça-feira, 9 de outubro de 2012

Aqui d’el Rei, que asfixiam as Sete Cidades!


Futuras instalações de apoio à zona balnear da praia da Lagoa das Sete-Cidades

Pasmo perante a "sabedoria" das luminárias que inventaram este monstro dedicado a uma praia que há-de ser artificial, perante umas águas eutrofizadas por ação da escorrência continuada de fertilizantes e cujo cheirete ácido vai certamente acolher as delicadas pituitárias dos que pensam demandar as maravilhas dos "pavilhões" de chá previstos, entre outras atrações, para o local. Perante isto, apetece-me citar Ed Begley Jr."Não percebo porque quando destruímos algo feito pelo homem, chamamos de vandalismo, mas quando destruímos algo criado pela natureza chamamos de progresso." 
Porque não se pensou em aproveitar edifícios abandonados ou devolutos que, certamente, há na zona? Esta voracidade de construir de novo, de raiz, é contraproducente. Não dá vazão à criatividade dos jovens arquitetos na requalificação de edifícios antigos, apenas parece satisfazer a gula de certo tipo de empreiteiros. Este projeto parece exigir mais acessibilidades, mais tubaria, mais cablagem, mais tudo, e, claro, muito menos sustentabilidade. E pensar que os filhos e os amigos de uma família local foram proibidos de acampar no quintal da sua própria casa por alegadamente estragar a paisagem! Por isso, não é por acaso que o Partido da Terra exigiu a realização de uma auditoria à atividade da empresa AZORINA, responsável pela gestão da lagoa das Sete Cidades, defendendo que todas as intervenções que estão planeadas têm de ser objeto de debate público alargado antes de serem decididas. Até porque há má língua que, numa rede social, sugeriu que o projeto só tinha sido possível graças às relações de parentesco entre dois diretores da Azorina e um membro do atual governo regional. A propósito, já se esqueceram do megalómano projeto do hotel na Vista do Rei, sobranceiro à lagoa das Sete Cidades? Pois, continua incompleto e abandonado há anos...

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