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segunda-feira, 27 de agosto de 2012
Reflexão: Bayer, uma estória que faz pensar
(1) Fundada em 1863, vende ácido acetilsalicílico como aspirina em 1899 e, a partir de 1900 e durante décadas, vende heroina em todo o mundo como remédio para a tosse infantil; (2) durante a Primeira Guerra Mundial produz gás de cloro, com efeitos tenebrosos nas trincheiras; (3) em 1925 associa-se à IG Farben, tendo subsidiado a campanha eleitoral de Hitler e produzido todos os explosivos para o exército alemão; (4) a IG Farben usa trabalho escravo de 83 mil prisioneiros em fábricas, minas e campos de concentração, pagando 100 mil marcos por ano às SS para garantir trabalho escravo sempre renovado; (5) a IG Farben fabrica e fornece o Zyklon B, um pesticida à base de cianeto, às SS para eliminar mais de um milhão de prisioneiros nos campos de concentração de Auschwitz-Birkenau e Majdanek; (6) a Bayer utiliza prisioneiros nos campos de concentração para experiências com produtos farmacêuticos, tendo, de uma vez, sido registada a morte de 150 mulheres após uma dessas experiências; (7) “Estas empresas são os principais criminosos de guerra. Se a culpa destes criminosos não for revelada e punida, eles serão uma ameaça muito maior para a futura paz no mundo do que se Hitler fosse vivo” conclui o Tribunal de Nuremberga em 1946; (8) apesar de o Tribunal de Nuremberga ter acusado 24 diretores e executivos da IG Farben dos crimes cometidos contra a humanidade, apenas 13 são presos e mesmo alguns destes, em 1952, já aparecem como diretores da Bayer, da Hoechst e da BASF, todas criadas a partir das cinzas da IG Farben, tendo o sinistro Ter Meer sido diretor da Bayer de 1956 a 1964; (9) só mais de 50 anos depois da Segunda Guerra Mundial, após muitos protestos e pressões internacionais, é que a Bayer indemniza os prisioneiros escravos sobreviventes; (10) em meados dos anos 1980s a Bayer produz e vende o Factor VIII, um concentrado para tratar a hemofilia que está infetado com o HIV e que contamina e mata, só nos EUA, milhares de hemofílicos; apesar disso, depois de 1984 a Bayer continua a produzir e a vender o produto para a Ásia e a América Latina, sendo o escândalo revelado apenas em 2003 pelo New York Times; (11) nos anos 1990s, o anbiótico Ciproxin é aplicado em centenas de pacientes que foram operados mas os médicos não são informados de que o antibiótico reagia mal com outros remédios; (12) a Bayer recolhe a Baycol/Lipobay, um remédio anti-colesterol responsável por 100 mortes e cerca de 2 mil casos graves de saúde; (13) em 2001, a Bayer compra a rival francesa Aventis, que entretanto tinha absorvido a Hoechst, e, em 2002, cria a Bayer CropScience, para a produção de agroquímicos e transgénicos; (14) a Bayer é a responsável, na Europa, pela maior parte dos testes dos seus transgénicos “Liberty Link” e do herbicida homónimo; (15) em 2006, a Bayer é acusada de ter contaminado a produção americana de arroz através do seu arroz transgénico Liberty Link; (16) em 2008, os seus inseticidas Imidacloprid e Clothianidin são considerados suspeitos pela morte massiva de abelhas; (17) em 2008, a Bayer CropScience é acusada pelo Congresso norte-americano de ocultar dados acerca das condições de segurança de uma fábrica onde ocorre uma explosão; (18) em 2009, o seu herbicida (glufosinato) é declarado ilegal pelo Parlamento Europeu por ser cancerígeno, mutagénico e tóxico para a reprodução, responsável por provocar partos prematuros, mortes intra-uterinas, abortos e retardo mental. Fonte: GMWatch. Tradução sumariada: Octávio Lima.
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2 comentários:
Caro Lima, grata pela partilha deste impressionante relato.Dá mesmo para pensar. Uma empresa sinistra que a quase todos entrou portas dentro para "aliviar as dores de cabeça".
Aproveito para lhe comunicar que o meu blog foi importado para outro (do mesmo nome) por apresentar problemas técnicos. Um abraço.
Obrigado, Maria, pelo comentário. Parabéns pelo novo visual do seu blogue, agora de facto mais elegante e arejado.
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