“Aprenda história, Sr. Chanceler!” aconselha o economista americano Jeffrey Sachs em carta aberta a Friedrich Merz: "Em 1999, a Alemanha participou no bombardeamento da NATO à Sérvia, a primeira grande guerra travada pela NATO sem mandato do Conselho de Segurança da ONU. Esta não foi uma ação defensiva, mas uma intervenção histórica que mudou fundamentalmente a ordem de segurança pós-Guerra Fria. Para a Rússia, a Sérvia não era uma questão abstrata. A mensagem era clara: a NATO usaria a força fora do seu território, sem mandato da ONU e independentemente das objeções da Rússia. Em 2008, a Alemanha reconheceu a independência do Kosovo, apesar dos claros alertas de que isso minaria o princípio da integridade territorial e criaria um precedente com consequências de longo alcance. Mais uma vez, as objeções da Rússia foram descartadas como maliciosas e as suas preocupações subjacentes não foram levadas a sério. A insistência na expansão da NATO para incluir a Ucrânia e a Geórgia — anunciada oficialmente na cúpula de Bucareste de 2008 — ultrapassou todos os limites, apesar das objeções antigas, claras, consistentes e repetidas de Moscovo. Quando uma grande potência identifica um interesse fundamental de segurança e o enfatiza repetidamente ao longo de deliberada décadas, ignorar esse interesse não é diplomacia, mas sim escalada.”
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