- “(…) O maior desses aliados de Israel, o país-modelo dessa tal “democracia liberal”, o autoproclamado “líder do mundo livre”, esses Estados Unidos da América que têm agora o presidente Donald Trump no poder, usaram a voz do seu líder político para anunciar a intenção de substituir a Faixa de Gaza por um projeto imobiliário, expulsando de vez os palestinianos, pondo as retroescavadoras a reduzir a pó os quilómetros de escombros que lá estão para, depois, construir a “Riviera do Médio Oriente”. Trump explicou o seu projeto após uma reunião com o primeiro-ministro Netanyahu - que, entretanto, deu ordens ao Exército israelita para elaborar um plano de retirada da população da Faixa de Gaza - mas, na verdade, tal como outras coisas aparentemente mirabolantes que tem dito e decidido desde que tomou posse, já antes havia anunciado ter essa intenção - só é apanhado de surpresa quem andou muito distraído. Parece que estamos a voltar ao século XIX e à Conferência de Berlim (1884-85) quando os impérios europeus dividiram entre si a África para controlar recursos como diamantes, ouro e borracha, uma disputa que levou a múltiplos massacres e a enormes migrações forçadas - um crime do capitalismo que muitos tentam fazer cair no esquecimento. Ou quando os alemães expulsaram, na atual Namíbia, no início do século XX, os povos herero e nama das suas terras para explorar as minas e criar gado. Ou quando, também no século XIX, os índios norte-americanos foram expulsos das suas terras pelo governo dos Estados Unidos e obrigados a migrar pelo trágico Caminho das Lágrimas. Ou quando, também nesses tempos, os aborígenes da Austrália foram expulsos pelos ingleses das suas terras férteis e ricas, roubadas pelos ingleses. Mas essas e outras barbaridades semelhantes aconteceram há muito tempo, até parecia que nunca mais voltariam… Porém, na verdade, graças a Israel e aos EUA, pode-se, afinal, fazer esta incrível pergunta: na taxa de investimento imobiliário do século XXI, quanto pesa a vida de um palestiniano? Não sei quem está a tentar ganhar uma fortuna com a ideia da “Riviera do Médio Oriente”, sei que o capitalismo perdeu a vergonha de esconder a sua natureza selvagem e predatória e não se importa, tal como há 100 ou 200 anos, de proclamar alto e a bom som que a dignidade humana, e mesmo a vida, valem muito menos do que um razoável monte de dinheiro.” Pedro Tadeu, Quanto vale a vida de um palestiniano? – DN 7fev2025.
- O Parlamento belga aprovou uma resolução que reconhece os atos cometidos em Gaza como genocídio e apela a sanções contra Israel. Fonte.
- Grupo de extrema direita está a elaborar uma lista de ativistas pro-palestina para deportar. Betar U.S., a secção americana de uma organização internacional fundada pelo escritor sionista e colono colonialista Ze'ev Jabotinsky em 1923, disse que partilhou com a administração Trump uma lista com os "nomes de centenas de apoiantes do terrorismo". Fonte.
- Enquanto os críticos denunciam os esforços para desmantelar a agência de ajuda humanitária como uma crise constitucional e uma ferida auto-infligida, um antigo funcionário da USAID advertiu que isso faria com que potenciais aliados se voltassem para a China ou a Rússia. Fonte.
- “O PayPal começou por pagar às pessoas para se inscreverem. O seu crescimento viral resultou essencialmente de subornar os utilizadores com 10 dólares para se inscreverem e 10 dólares por cada indicação. Isso não é inovação - é comprar quota de mercado com capital de risco. A Uber não perturbou os transportes - ignorou os regulamentos dos táxis que os seus concorrentes tinham de seguir. A sua "inovação" foi violar leis em tantas jurisdições simultaneamente que os reguladores não conseguiram acompanhar. A Airbnb construiu o seu império ajudando as pessoas a violar os contratos de arrendamento e os regulamentos locais relativos à habitação. Criaram um mercado para subarrendamentos ilegais e chamaram-lhe revolucionário. O Facebook recolheu dados dos utilizadores de forma agressiva, violou repetidamente as expetativas de privacidade e pediu desculpa depois - sempre depois de os lucros terem sido obtidos. Todos os escândalos seguiram o mesmo padrão: quebrar a confiança, capturar valor, pedir desculpa, repetir. Em detrimento de milhões. Durante anos, a Amazon operou com prejuízo, utilizando o capital dos investidores para subcotar os concorrentes retalhistas que precisavam de ganhar dinheiro. A Tesla anuncia funcionalidades antes de elas existirem, aceita pré-encomendas de produtos que ainda não estão a ser desenvolvidos, utiliza os depósitos dos clientes como empréstimos sem juros e nunca entregou o Roadster. Transformaram o vaporware numa estratégia de financiamento. Estão a ver o padrão? Os maiores sucessos tecnológicos da nossa era não ganharam através de tecnologia superior ou inovação. Eles venceram por infringir a regulamentação existente, usar indevidamente a confiança dos utilizadores, utilizar o capital como arma, converter as violações em financiamento de risco, mover-se rapidamente e infringir as coisas (e as leis) (e as sociedades) (e as pessoas).” A Westenberg, Não se pode "ganhar" em tecnologia se não se fizer batota – Medium.
- Alberto Souto é “investidor Imobiliário que procura ultrapassar e não cumprir as regras”. Ribau Esteves, NA.
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