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sexta-feira, 6 de dezembro de 2024

BICO CALADO

Massacre na Coreia. Picasso 1951.

  • A história da Coreia do Sul está repleta de golpes de Estado, ditaduras brutais, autoritarismo, repressão contra a sua população e uma série de massacres: 1945: divisão da Coreia, estabelecimento na Coreia do Sul de um governo militar presidido pelo Exército dos EUA, que impôs uma política brutal de repressão contra organizações sindicais e progressistas e massacrou os trabalhadores que se rebelaram na cidade de Yeongcheon. 1948-1960: Syngman Rhee preside a um regime-fantoche, consolidando um regime ditatorial subserviente à política externa norte-americana. O regime de Rhee seria responsável por perpetrar dezenas de massacres, ceifando a vida de pelo menos 100 mil sul-coreanos.  em 27 de junho de 1950, o governo da Coreia do Sul dava início aos Massacres da Liga Bodo — sequência de atrocidades perpetradas contra civis sul-coreanos suspeitos de serem simpatizantes do comunismo ou dos ideais de esquerda. Estima-se que até 200 mil pessoas foram assassinadas durante os expurgos anticomunistas da Coreia do Sul. Durante décadas, os EUA responsabilizaram falsamente o governo da Coreia do Norte por essas mortes. 1961 - um golpe instalou Park Chung-Hee na Presidência e o país mergulhou novamente numa ditadura militar caraterizada pela perseguição brutal dos opositores, pela restrição aos direitos civis da população sul-coreana e pela severa repressão às mobilizações estudantis e operárias. 1979-1988: golpe militar instala Chun Doo-Hwan como ditador. Em 18 e 27 de maio de 1980, o governo enviou tropas para reprimir os manifestantes que se rebelavam contra a ditadura. A repressão evoluiu para uma matança generalizada – o infame Massacre de Gwangju – que deixou um número de mortos estimado em até 2.300 pessoas. Após debelar a revolta, o governo sul-coreano prendeu 1.394 pessoas e acusou 427 revoltosos em processos formais. Desses, sete receberam a sentença de morte e outros 12 foram condenados à prisão perpétua. Fontes: aqui, aqui e aqui.
  • “Ainda não sabemos o motivo do assassinato do diretor executivo da UnitedHealthcare, Brian Thompson. Mas não me surpreenderia se o assassino perseguisse Thompson porque a UnitedHealthcare tinha negado cobertura médica, ou levado uma família ou um indivíduo à falência, depois de a empresa não ter coberto uma doença grave. As seguradoras rejeitam cerca de 1 em cada 7 pedidos de tratamento, muitas vezes por decidirem que o tratamento não é "medicamente necessário". Entre 10 países de elevado rendimento, os EUA são os que mais gastam em cuidados de saúde, mas têm os piores resultados em termos de saúde. Os americanos morrem quatro anos mais cedo do que os seus homólogos de outras nações industrializadas. Há mais de 200 milhões de americanos que dependem de um seguro de saúde privado, mas quando ficam gravemente doentes, são muitas vezes postos de lado, ficando com contas médicas pesadas e incapazes de receber tratamento adequado. As faturas médicas exorbitantes são responsáveis por cerca de 40% das falências. A receita das seis maiores seguradoras - Anthem, Centene, Cigna, AVS/Aetna, Humana e UnitedHealth - mais do que quadruplicou desde 2010, atingindo 1,1 biliões de dólares. As receitas combinadas das três maiores - United, CVS/Aetna e Cigna – quintuplicaram. Estas empresas, em termos morais, estão legalmente autorizadas a manter crianças doentes como reféns enquanto os seus pais vão à falência para salvar os seus filhos ou filhas. O facto de muitos morrerem, no mínimo prematuramente, devido a estas políticas é indiscutível. (…)” Chris Hedges, O assassinato de Brian Thompson Sheerpost.

  • “(…) O Chega tem de ser vencido no combate estritamente político. Neste caso, denunciando a sua hipocrisia, mas sem entrar no chavascal oral, em que o partido ganha sempre pontos, como incautamente os deputados de outros partidos se deixam sistematicamente envolver. Por exemplo, neste caso folclórico, obrigando-o a responder a esta pergunta: onde é que o Chega arranjou dinheiro e quem pagou para, de um dia para o outro, se fazerem os tais pendões para pendurar na Assembleia da República? Ou esta: dos 50 deputados do Chega quantos é que estão a ganhar muito mais no Parlamento do que na sua vida anterior? Ou esta: quais os deputados do Chega que acumulam rendimentos no Parlamento com outros e qual a sua proveniência? Ou esta: Quais as mordomias que os deputados do Chega na realidade usam, mas cuja existência criticam ou criticaram? (…)” Pedro Tadeu, Querem dar mais força ao Chega, é isso?DN 3dez2024.

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