"Também fazia sentido que [Benjamin] Franklin visasse os solteiros na sua estória. Nas colónias americanas e em Inglaterra, o homem solteiro de posses era uma figura escandalosa. Era ridicularizado como hermafrodita, metade homem, metade mulher; o seu castigo, como exigiu um jornal nova-iorquino, deveria ser rapar metade da barba para indicar a sua reduzida virilidade. Outros achavam que ele devia perder a sua herança. Da mesma forma que a terra podia ser deixada em pousio, a fertilidade humana podia ser desperdiçada. Não tendo filhos, desperdiçando a sua semente, os solteiros entregavam-se ao pior tipo de ociosidade reprodutiva.
Por outro lado, os bastardos aumentavam a população e a riqueza do império. As próprias circunstâncias de Franklin reforçaram a sua opinião. O seu filho William (mais tarde governador real de Nova Jérsia) era um bastardo. William também foi pai de um filho bastardo, William Temple Franklin, e Temple, como era conhecido, acrescentou dois filhos ilegítimos à árvore genealógica da família. Os bastardos foram uma tradição da família Franklin."
Nancy Isenberg, White Trash – The 400-year untold history of class in America. Atlantic Books 2017, pp 67-68. Trad. OLima 2024.
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