domingo, 22 de setembro de 2024

LEITURAS À MARGEM

White Trash - A história não contada de 400 anos de classes na América (22)

Eh pá, não percebes que queremos qualidade e não quantidade?

“A evolução baseava-se na lei da natureza, enquanto a eugenia considerava a natureza insuficiente. Os adeptos de Galton enfatizavam a necessidade de intervenção humana para melhorar a raça através de uma melhor reprodução. O próprio Darwin apoiou a eugenia e recorreu ao tropo familiar da criação de animais para defender a sua posição: ‘O homem examina com escrupuloso cuidado o pedigree dos seus cavalos, gado e cães antes de os acasalar; mas quando se trata do seu casamento, raramente, ou nunca, tem esse cuidado.’ Comparemos com Thomas Jefferson - a redação é praticamente idêntica: ‘A circunstância da beleza superior é considerada digna de atenção na propagação dos nossos cavalos, cães e outros animais domésticos; porque não a do homem?’ Quase como um mantra, os eugenistas comparavam os bons animais humanos aos puros-sangues, relacionando os bem-nascidos com as capacidades superiores e a aptidão hereditária.”

Nancy Isenberg, White Trash – The 400-year untold history of class in America. Atlantic Books 2017, p 175. Trad. OLima 2024.

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