quarta-feira, 17 de julho de 2024

‘QUANDO PORTUGAL ARDEU’ 26

NorAtlas alvo de atentado da FLAMA, a 13 de novembro de 1975, Água de Pena, Machico, ilha da Madeira

“Logo em 1975, um grupo de amigos, ligados ao antigo regime, reunira-se em São Vicente com a ideia de desencadear uma milícia secreta para combater o ‘comunismo’. Depois, vieram as reuniões clandestinas dos ‘flamistas’, dispostos a recambiar ‘cubanos’ (continentais) para a sua terra, fossem eles professores, juízes ou padres. Os contestatários eram quase todos ligados ao antigo regime, e o rastilho pegou. A FLAMA foi albergue de voluntários mais ou menos ingénuos da independência e setores retrógrados da direita insular e da Igreja Católica. Acolheu o mofo do antigo regime, as alas mais subterrâneas do PPD e do CDS e os interesses endinheirados do arquipélago, receosos da perda de poder. A insubordinação separatista pôs-se em campo em 1975. Anunciou a criação de um governo clandestino na Florida, reclamou uma Madeira livre de amarras continentais, e fê-lo à bomba. O dinheiro para as ações subversivas vinha, em parte, da recolha de fundos junto das diversas comunidades madeirenses espalhadas pelo Mundo, de Miami (EUA) a Caracas (Venezuela).”

Miguel Carvalho, Quando Portugal ardeu (2017) – Oficina do Livro 2022, pp 183-184.

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