“Vigiado pela PIDE pelas suas opiniões liberais sobre o futuro de Angola e ligações suspeitas ao MPLA, colecionador de arte, mecenas de Júlio Pomar e Luiz Pacheco, entre vários artistas e escritores, o empresário Manuel Vinhas era outro dos citados pela revista norte-americana. Estava bem relacionado nos meios da oposição antifascista e igualmente confortável no tabuleiro da ditadura. Era um capitalista com diversos negócios em Portugal e na África lusófona, da Sociedade Central de Cervejas à agropecuária, transportes e comunicação social, mas os colegas preferidos na universidade haviam sido comunistas. Financiara vários intelectuais de esquerda, entre os quais Ary dos Santos e Alexandre O’Neill, além de ter cedido, em 1973, um edifício para aí se instalar a companhia de teatro A Comuna.”
Miguel Carvalho, Quando Portugal ardeu (2017) – Oficina do Livro 2022, p 62.
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