terça-feira, 4 de junho de 2024

BICO CALADO

  • “Israel está a perder a guerra, e o genocídio em curso é o mais mórbido sintoma disso, a guerra, quer militar quer politicamente, está a ser perdida e com ela milhares de civis estropiados sob o desespero do extrema direita sionista, cujos soldados são filmados a brincar com roupas intimas das palestinianas, rindo, qual teatro do apocalipse. É uma guerra de guerrilha que, como todas as guerras de guerrilha, com apoio de massas, não é possível ganhar. As manifestações em todo o mundo, com epicentro nos estudantes universitários e na cultura erudita e de massas (estrelas de cinema e televisão, música e arte), são o sintoma do que pode vir a ser a inversão da ascensão do neofascismo a nível mundial. Pode ser que este longo período pós derrota das primaveras árabes e consequente reforço do liberalismo e da extrema direita que venceram na crise de 2008 salvando bancos destruindo salários esteja a terminar, e a Palestina seja o que foi o Vietnam em 1970, o lugar onde nos encontramos para lutar contra o lucro, pela vida. Uma coisa é certa, com estas manifestações e ocupações o militarismo da União Europeia, que enterra os ucranianos, sem qualquer solução de paz, chefiado por Ursula e apoiado pelos PS e PSD da UE, bem como liberais, e pela extrema direita (na Alemanha pelos verdes também), tem agora uma oposição real. Não nos vão levar para uma terceira guerra mundial sem oposição determinada.” Raquel Varela.
  • "Porque é que as celebridades não falam sobre Gaza? (…) Um aspeto muito importante do controlo da narrativa imperial é a forma como todas as vozes maiores e mais influentes da nossa sociedade estão intimamente dependentes do status quo político sobre o qual o império é construído. A fama e a fortuna resultam do facto de serem elevadas pelos ricos proprietários das plataformas de produção dos media, como os estúdios de cinema, as editoras discográficas, a televisão e os media, e essas pessoas extremamente ricas têm todo o interesse em manter o status quo em que assenta a sua riqueza. Aqueles que ameaçam o status quo não são, por isso, elevados ao estatuto de celebridade, e os que ficam ricos e famosos ou (A) compreendem isso perfeitamente ou (B) são demasiado superficiais e insípidos para terem qualquer interesse em abanar o barco imperial. Ninguém se torna uma super-estrela sozinho; é necessária uma relação de colaboração extensiva com muitos indivíduos, e muitos dos mais importantes estão em posições de grande riqueza e poder e não têm qualquer desejo de ver o socialismo ou o anti-imperialismo ameaçar os seus reinos, ganhando um ponto de apoio nas realidades políticas da sua nação. Isto cria um sistema de controlo impressionante que filtra os rebeldes que, de outra forma, poderiam abrir caminho até ao topo. (…) O simples facto de fazer de alguém um multimilionário e de lhe dar um estilo de vida confortável é suficiente para o tornar leal ao status quo político do país. O mero facto de o império ser capitalista e permitir que os ricos vivam como deuses garante que a maioria das pessoas que ascendem ao estrelato serão fortemente inclinadas a favor do sistema que permite esse estilo de vida, e tudo o que disserem publicamente refletirá isso. Isto dá ao império um enorme megafone de propaganda que cria uma paisagem de informação onde todas as maiores vozes falam como se o sistema estivesse a funcionar perfeitamente, sendo abafadas as vozes de todas as pessoas comuns cuja experiência lhes diz o contrário. (…) E é por isso que os principais ‘artistas’ de hoje são tão sem arte. Que profundidade se pode expressar se se está a compartimentar da realidade dessa forma? Quão autêntica e significativa pode ser a tua arte quando tens o dever de ajudar a preservar o status quo de uma distopia controlada pela mente, onde tudo é fraudulento e sem sentido? (…)” Caitlin Johnstone.
  • O "cais humanitário" de Biden em Gaza custou 320 milhões de dólares, não forneceu praticamente nenhuma ajuda aos palestinianos e desmoronou-se no mar na semana passada. Fonte. Mas cumpriu o seu principal objetivo: gerar boas manchetes para a administração Biden. 

  • “Caído nas garras do negócio capitalista, transformado em propaganda da otan, descredibilizado e sem ética, o jornalismo precisa que o salvem !!! Os próprios que levaram o jornalismo à merda que ele hoje é, pedem a salvação do estado e do governo que são também instrumentos do negócio capitalista que derrotou o jornalismo. Um paradoxo que o JN, em crise profunda, não revela porque não é capaz na sua falta de discernimento. O jornalismo transformado em propaganda não tem futuro e menos quando esta for dominada pela IA porque então a realidade será toda fictícia e absolutamente manipulada. À crise do negócio junta-se o afastamento da verdade e os produtos jornalísticos serão meras estorietas do tio patinhas. Bem pode o jn gritar e lamentar-se: caiu no esterco e nele vai ficar porque os donos do jornalismo, os patrões, nunca permitirão que ele se regenere e passe a cumprir a sua missão na sociedade.” Fonte.
  • O sobrevivente do Holocausto Rene Lichtman, 86 anos, deitou-se na rua em frente a um museu do Holocausto da zona de Detroit para protestar contra a campanha militar de Israel em Gaza. Com outros membros da Voz Judaica pela Paz na manifestação de dezembro, Lichtman empunhava um cartaz que dizia: "Judeus e aliados dizem nunca mais para ninguém". Dias depois do protesto, Lichtman recebeu um telefonema do diretor do museu, comunicando -lhe que a direção tinha votado a sua exclusão da série Survivor Talk Sundays. Fonte.

  • “Ainda bem que Cotrim de Figueiredo recomenda um livro de Milton Friedman para explicar a importância da liberdade. Na foto, o amigável encontro de Friedman com o ditador chileno Augusto Pinochet, quando os discípulos de Friedman faziam parte desse governo.  Essa ditadura assassinou milhares de opositores. Portanto, ou Cotrim não sabe do que fala ou aceita o conceito de ‘liberdade’ de Friedman, que se entusiasmou com uma ditadura fascista.” Francisco Louçã

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