Comissão Europeia recomenda uso de herbicida glifosato por mais 10 anos
- O glifosato é um produto químico utilizado em herbicidas para matar ervas daninhas e tem sido uma fonte de controvérsia desde que a Organização Mundial de Saúde concluiu, em 2015, que era potencialmente cancerígeno para os seres humanos. O presidente da Comissão do Ambiente do Parlamento Europeu, Pascal Canfin, criticou a decisão por ser contrária aos pareceres científicos: “Esta proposta não tem o apoio dos três maiores países agrícolas do nosso continente - França, Alemanha e Itália. Lamento profundamente. Não é a Europa de que gosto. Um estudo europeu, divulgado no passado dia 6 de setembro, que envolveu 12 países, revela que Portugal é campeão em termos de concentração tóxica para consumo humano do herbicida glifosato em cursos de água doce. As amostras foram recolhidas em rios, ribeiras e lagos. Uma das amostras em Portugal, recolhida em Idanha-a-Nova, continha três microgramas/litro (µg/L), isto é, 30 vezes mais que o limite legal, tendo sido a mais elevada concentração de glifosato detetada nas amostras analisadas no estudo. O limite de segurança para o glifosato na água potável é de 0,1 µg/L. Euronews. Recorde-se que há 8 anos, Patrick Moore, considerado perito em ecologia, entrevistado pelo Canal+, disse que o herbicida Roundup era tão seguro que se podia beber, mas negou-se a fazê-lo em direto, acabando intempestivamente com a entrevista e chamando parvo ao entrevistador.
- Uma análise de cerca de 300 das principais empresas da lista Forbes 2000 descobriu que 58% não combinavam as suas ações de influência sobre a política climática com as suas reivindicações públicas de estarem comprometidas com o Acordo Climático de Paris e alcançarem emissões líquidas zero. “Net Zero Greenwash: The Gap Between Corporate Commitments and Their Policy Engagement”, avaliou o lóbi das empresas contra os seus compromissos líquidos zero. Determinou que uma empresa faz lavagem verde se tiver anunciado uma meta líquida zero ou semelhante, mas não apoiar suficientemente as políticas necessárias para alcançar os objetivos do Acordo de Paris, com base na plataforma LobbyMap que monitoriza o envolvimento empresarial na política climática. O InfluenceMap, um laboratório de ideias climático com sede em Londres, publicou o estudo na véspera da COP28 em Dubai, que começa em 30 de novembro. Isto acontece um ano depois de um relatório de um Grupo de Especialistas de Alto Nível da ONU, emitido na COP27 em Sharm -el Sheikh, Egito, ter alertado que os compromissos climáticos apresentados por intervenientes não estatais correm o risco de perder a sua credibilidade sem esforços concertados para alinhar as palavras com as ações. “Devemos ter tolerância zero com o greenwashing líquido-zero”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, em novembro passado, durante o lançamento desse relatório, denominado “A Integridade interessa: compromissos líquidos zero por parte de empresas, instituições financeiras, cidades e regiões”. Embora o relatório “Integrity Matters” tenha estabelecido um roteiro com recomendações detalhadas para evitar este greenwashing, muitas grandes empresas não deram ouvidos aos conselhos quando se trata do seu lóbi em torno de políticas relacionadas com o clima, sugere o novo estudo InfluenceMap. Dana Drugmand, Desmog.
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