quarta-feira, 1 de novembro de 2023

Bico calado

  • No seu discurso na Assembleia Geral das Nações Unidas, em 22 de setembro de 2023, o primeiro-ministro de Israel, Netanyahu, mostrou um mapa do chamado "novo Médio Oriente" sem a Palestina. Isto foi duas semanas antes do ataque de 7 de outubro por grupos armados palestinianos e dos bombardeamentos indiscriminados e massacres implacáveis de milhares de civis em Gaza por parte de Israel. Entretanto, um órgão de comunicação social israelita obteve um documento do Ministério dos Serviços Secretos que revela que o plano de Israel consiste em limpar etnicamente os palestinianos de Gaza, forçando-os "permanentemente" a entrar no deserto do Sinai, no Egipto. Alguns funcionários israelitas admitiram publicamente este facto. É a Nakba 2.0, que está a ser totalmente apoiada pelos EUA e outros aliados ocidentais. Via BenNorton.
  • “Na hora de arrumar gavetas, na transição para o novel Agência para a Integração, Migração e Asilo, a direção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras andou numa azáfama a divulgar no Portal Base um vasto conjunto de ajustes diretos que há meses aguardavam a sua divulgação. Ou seja, eram desconhecidos. E em alguns casos sempre às mesmas empresas. Só na semana passada foram finalmente publicitados na plataforma da contratação pública 16 contratos celebrados por ajuste directo pelo SEF em 2022. E até há dois que foram assinados em 2021, e que só agora se tornam conhecidos. Mesmo nos contratos assinados este ano, o atraso é, na maior parte das vezes significativo: o Código dos Contratos Públicos determina a sua divulgação no prazo de 20 dias, mas somente dois, de entre os 31 contratos analisados com preço superior a 40 mil euros, cumpriram essa norma.” Página Um.
  • "No Reino Unido, o partido conservador no poder demitiu o seu deputado Paul Bristow depois de ele ter escrito ao primeiro-ministro Rishi Sunak: 'Um cessar-fogo permanente salvaria vidas e permitiria uma coluna contínua de ajuda humanitária para alcançar as pessoas que mais precisam.' O partido trabalhistas não lhe ficou atrás, expulsando o seu deputado Andy McDonald, após ele afirmar num comício contra a matança em Gaza: 'Não descansaremos até que tenhamos justiça, até que todas as pessoas, israelitas e palestinianos, entre o rio e o mar possam viver em liberdade pacífica'”. Jonathan Cook, Este é um momento de grande clareza moralSubstack.
  • Os multimilionários têm taxas de imposto equivalentes a apenas 0-0,5% da sua riqueza, em grande parte porque utilizam empresas de fachada para evitar a tributação sobre o seu rendimento. A solução óbvia é instituir um imposto sobre a riqueza apenas para os bilionários. Mesmo uma taxa de imposto relativamente baixa de 2% (quase imperceptível para aqueles que detêm uma riqueza tão enorme) geraria receitas fiscais significativas - perto de 250 mil milhões de dólares anuais de menos de 3.000 pessoas! Jayati Ghosh, IPS.

  • "A xenofobia é lucrativa. A economia dos EUA floresceu com a exploração de trabalhadores, especialmente daqueles que a sociedade americana já definiu como perigosos, "ilegais" e indignos de proteção ou de direitos iguais. Estes trabalhadores tornam-se uma classe permanente de imigrantes deportáveis que permanecem socialmente marginais e economicamente exploráveis, mesmo quando continuam a servir os interesses económicos americanos. Ao mesmo tempo que a xenofobia tem regulado o movimento de certos imigrantes, o capitalismo americano tem assegurado que o dinheiro e os bens continuem a fluir livremente através das fronteiras." Erika Lee, America for Americans – a history of xenophobia in the United States. Basic Books/Hachette 2021, p 13.

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