domingo, 8 de outubro de 2023

Bico calado

  • “(...) Moedas sabe porque deve anunciar a comemoração do 25 de Novembro de 1975, de que na atual geração ninguém (ou muitos poucos) sabe o que foi. Moedas sabe duas coisas: o seu mercado eleitoral é o dos neoliberais, dos adeptos do individualismo, do sucesso dos mais agressivos e sem escrúpulos, dos que acreditam na bondade e virtude da ditadura do mercado e que estão em transumância do PSD para a Iniciativa Liberal. Moedas quer ser o federador, o pequeno grande homem, o nanico dessa massa eleitora de direita. Depois, Moedas sabe o que foi a essência do 25 de Novembro de 1975. Basta ler um pouco do seu currículo. (…) Moedas é, antes de um tudo, um boy da grande banca de investimentos, um Goldman Sachs boy. Trabalhou em Londres na área de fusões e aquisições do Goldman Sachs, e no Deutsche Bank para montar o Eurohypo Investment Bank. No regresso a Portugal dirigiu a consultora imobiliária Aguirre Newman Cosmopolita, e criou a empresa de gestão de investimentos Crimson Investment Management. Sempre debaixo do guarda-chuva do Goldman Sachs, uma das principais empresas globais de banco de investimento e gestão de valores mobiliários. O único dos grandes bancos que sobreviveu à crise de 2008 e também aos enormes escândalos financeiros de desvio fraudulento de fundos e de corrupção política no sudoeste asiático. (...) É esta a escola de Carlos Moedas. A que pertencem outros portugueses ilustres: Durão Barroso, José Luís Arnaut e o falecido António Borges. (...) Desde sempre que o Goldman Sachs se deita na cama com o poder político. Carlos Moedas não é o menino de coro que afirmou estar disposto a fazer tudo o que a Igreja Católica e o presidente da República (o patrono da sua carreira) lhe dissessem para fazer na preparação da Jornada Mundial da Juventude! Ele é um sabujo consciente e informado que está a fazer carreira política. Ele é um ativo da banca na política! Ele sabe qual foi o objetivo principal do 25 de Novembro de 1975: desnacionalizar a banca! Abrir a banca, o coração do “sistema”, à iniciativa privada. A reprivatização da banca portuguesa teve como resultado a emergência de corsários bancários: BPN, BANIF, BPP, mas também o BPI, a espanholização da banca — isto é a colocação da banca portuguesa sob direção espanhola — e a eliminação dos bancos tradicionais, incluindo o Banco Português do Atlântico, o maior. Sobreviveu o BES até há pouco. O BES de Ricardo Salgado, que em desespero terá dito: Temos de pôr o Moedas a funcionar. Isto é, a fazer uns recados e a mover umas influências. Ora, o Moedas está a funcionar, como sempre esteve, mas para ele. Vai celebrar o 25 de Novembro de 1975 e, sem qualquer pudor, referir os perigos da guerra civil, da substituição de uma ditadura por outra de sinal contrário. É um reportório mais do que estafado, mas o que interessa isso ao Moedas? Para ele a verdade é uma esponja! Ele é um faxina que está a funcionar com um balde e uma esfregona. Agora funciona por conta de Marcelo Rebelo de Sousa, que o tirou da manga como o seu jóker federador da direita, fiador dos grandes bancos, do clube Bildeberg, pau mandado do FMI e do Banco Central Europeu. Um homem acima de qualquer suspeita! O 25 de Novembro de 2023 de Carlos Moedas é a celebração da vitória dos grandes banqueiros em 25 de Novembro de 1975. De fora ficará a memória dos tempos da troika, e também a memória de Ricardo Salgado, o que queria colocar o Moedas a funcionar antes de ser apunhalado. Talvez, no intervalo da sua doença, Ricardo Salgado repita a frase de Júlio César: Também tu, Brutus! O Moedas, o nanico, está a funcionar, mas para ele próprio, servindo de tarameleiro de Marcelo Rebelo de Sousa, o verdadeiro pai da ideia de esvaziar as comemorações do 25 de Abril. Está montada mais uma farsa. Moedas é o truão da serviço. A comunicação social vai encarregar-se de soprar trombetas a anunciar o espetáculo!” Carlos Matos Gomes, 25 de Novembro — O nanico tem razão na celebração - Medium.
  • Três indivíduos foram convocados para interrogatório pelo Serviço de Segurança da Geórgia, por supostamente ajudarem elementos da oposição a preparar um cenário de mudança de regime ao estilo Maidan em Tbilisi. Os agentes eram funcionários do Centro de Ações e Estratégias Não-Violentas Aplicadas (CANVAS) e estavam “estabelecidos temporariamente na Geórgia”. CANVAS é uma organização financiada pelo governo dos EUA com laços estreitos com a CIA que treinou ativistas de mudança de regime desde a Europa de Leste até à Venezuela. O website do grupo orgulha-se de ter apoiado mais de 16.000 activistas em 52 países desde a sua fundação em 2003, e “inspirado” 126 “campanhas” políticas “bem-sucedidas” em todo o mundo. KIT KLARENBERG, The Grayzone.
  • O presidente da Câmara de Vienne, uma cidade no sudeste de França, mandou retirar a bandeira ucraniana da Câmara Municipal na sequência de um telefonema entre o presidente ucraniano Vladimir Zelensky e o presidente azerbaijanês Ilham Aliyev. O Presidente da Câmara, Thierry Kovacs, considerou o telefonema "inaceitável" e acusou Zelensky de apoiar o regime "ditatorial" do Azerbaijão. A bandeira foi originalmente pendurada para mostrar solidariedade com a Ucrânia durante o seu conflito armado com a Rússia. No entanto, Kovacs argumentou que é contraditório afirmar que defender os valores ocidentais e apelar à intervenção do Ocidente, ao mesmo tempo que se apoia as ações do Azerbaijão em Nagorno-Karabakh, que designou como "limpeza étnica" dos arménios. Numa publicação no Facebook, Kovacs escreveu: "Isto não diminui o apoio de Vienne ao povo ucraniano, mas não podemos lutar contra um regime totalitário em nome dos valores europeus e, ao mesmo tempo, apoiar outro regime ditatorial e bárbaro. É uma questão de coerência". RT/ANR.
  • Um turista americano foi preso em Israel por vandalizar estátuas romanas antigas por as considerar “blasfemas” e “contra a Torá” no Museu de Israel em Jerusalém. MEM.

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