Bico calado
- Pelo menos cerca de 900 antigos e atuais eurodeputados
são ou serão beneficiários de um regime de pensões criado nos anos 90 que
garante pensões de luxo à custa dos contribuintes da UE. Entre eles estão
políticos de extrema-direita, como o arquiteto do Brexit, Nigel Farage, e a
francesa Marine Le Pen, que nunca hesitaram em mostrar o seu desprezo pela UE,
apesar de estarem na sua folha de pagamentos. A sua antipatia pela UE não
parece estender-se às suas finanças privadas. O fundo de pensões voluntário de complemento, que fechou
a novos membros em 2009, pode representar pensões mensais de mais de 13 000
euros após um mandato de 20 anos. Muitos antigos eurodeputados receberão
pensões que ultrapassam largamente o seu salário parlamentar. Mais: o fundo, sediado no Luxemburgo, país amigo dos
impostos, está prestes a entrar em falência e poderá ser resgatado com o
dinheiro dos contribuintes da UE. Isto para além dos cerca de 100 milhões de
euros de dinheiro público que já foram injetados. Pascal Hansens, Sigrid Melchior e Harald Schumann, IE.
- OBRA RETIRADA DA BIENAL DE ARTE DE GAIA. Estou representado na Bienal de Arte de Gaia com 20
cartunes (agora 19) publicados na imprensa regional (O Gaiense, Gazeta de Paços
de Ferreira e Semanário Alto Minho). Um
deles, publicado em 2021 (aqui reproduzido) motivou um protesto de uma entidade
identificada como “Comunidade Israelita de Lisboa” que rotulou o meu trabalho
de “anti-semita” (tal como Salazar rotulava de anti-patriota quem não fosse
Salazarista). Agradeço a atitude da Comunidade, porque quer dizer que o cartune
funcionou!… Muito obrigado. Foi para
isso mesmo que o fiz, publiquei e mostrei. O cartune em questão fundamenta-se
em dois factos históricos: 1º Facto Histórico - Hitler maltratou Judeus. 2º
Facto Histórico - Israel maltrata Palestinos. Dizer que esta minha apreciação
crítica é uma atitude anti-semita, é confundir uma cebola com um pêssego!…
Nesse sentido alerto quem se escandalizou com o meu desenho, para que nunca use
cebola numa salada de frutas, nem pêssego num estrugido (refugado para alguns).
O resultado seria intragável, como intragável é o fundamentalismo de quem
apelida de "anti-semita" quem não diz amen consigo. A memória dos
judeus vitimados pelos assassinos nazis merece, da minha parte, toda a dor,
todo o respeito e toda a consideração. Obviamente que repudio o genocídio
perpetrado por Hitler, o qual escreveu páginas negras e vergonhosas na História
da Humanidade. O modo como Israel trata os cidadãos da Palestina, desde a invasão
do seu território em 1967, também merece, de mim, idêntico repúdio! (...) Para
não ferir susceptibilidades tão melindrosas com a obra em questão, depois de
conversar com os responsáveis da mostra e participar numa reunião, apercebi-me
de que o executivo camarário tinha uma "batata quente na mão"... e
decidi retirar a obra da mostra. Talvez
assim ajude a construir a Paz naquela região… mas não me parece!… O que depois
vim a saber justifica a "batata quente": Um consórcio de capitais israelitas [Fortera] está a construir umPalácio de Congressos com 2500 lugares, um hotel e zonas residenciais ecomerciais no centro de Vila Nova de Gaia!” Onofre Varela.
- Mais de metade da população mundial vive dentro do
círculo deste mapa, no Sul/Este/Sudeste Asiático, incluindo a China, a Índia, a
Indonésia, o Paquistão, o Bangladesh, etc. É ridículo que as sedes das Nações
Unidas e de muitas outras organizações "multilaterais" estejam
localizadas nos EUA e não aqui. Estes países altamente populosos deveriam
também ser membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU. É um absurdo
colonial que a Grã-Bretanha e a França (cada uma com menos de 70 milhões de
habitantes) sejam membros permanentes, mas não a Índia, a Indonésia, o
Paquistão e o Bangladesh, que juntos têm uma população de mais de 2 mil milhões
de habitantes. Ben Norton.
- Os bancos centrais da Coreia do Sul e da Indonésia
assinaram um memorando de entendimento para cooperar na promoção da utilização
das suas moedas em transações bilaterais, tais como transações de conta
corrente e investimento direto. Reuters.
- «A 7 de Dezembro de 1947, o primeiro carregamento de
'DPs' [displaced persons – realojados] chegou a Melbourne e o grande
estratagema de Calwell foi revelado. Os passageiros tinham sido cuidadosamente
escolhidos. Vinham todos dos Estados bálticos do norte e eram todos jovens e
solteiros. Nenhum era judeu. A imprensa, a rádio e os telejornais registaram a
chegada deste grupo sorridente e acenador, entre os quais se encontravam
falantes fluentes de inglês que tinham o prazer de falar para as câmaras sobre
o "modo de vida australiano". Uma jovem loira foi gravada para a
posteridade proclamando o seu apreço pelas "vossas kookaburras, as vossas
adoráveis kookaurras". Vinte e cinco anos mais tarde, Calwell recordava
com carinho os seus "belos bálticos". Havia, disse ele, "um
certo número de loiros platinadas de ambos os sexos. Os homens eram bonitos e
as mulheres lindas. Não foi difícil vender a imigração ao povo australiano
quando a imprensa publicou fotografias desse grupo". Depois de ter
manipulado os media e, esperava, a opinião pública, Calwell garantiu que as
categorias "menos desejáveis" se seguissem rapidamente, quase de
forma furtiva - embora os 400 agentes de imigração australianos enviados para a
Europa tivessem recebido instruções para favorecer as "raças
europeias"; os judeus, em especial, tinham de ser "casos excepcionalmente
bons". John Pilger, A secret country – Vintage 1989,
p104.
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