segunda-feira, 17 de outubro de 2022

Reflexão – ‘Como uma espécie astuta sobreviveu à radiação’

Dois cientistas espanhóis, Germán Orizaola e Pablo Burraco, em Chernobyl, descobriram que o desastre nuclear teve efeitos duradouros numa população local: rãs de árvores. Muitas das rãs, que são normalmente um verde vibrante, tornaram-se negras.

A coloração das rãs pode ser explicada como uma resposta protetora à radiação.

"Na verdade não "mudaram a cor", o que mudou foi a proporção de rãs negras versus normais/verdes", explica Orizaola. "Supomos que isto aconteceu pouco depois do acidente (primeiros anos), quando os níveis de radiação eram muito mais elevados, e os radioisótopos mais diversos".

"A melanina é conhecida por reduzir o impacto das partículas radioactivas nas células, dissipando a energia da radiação e evitando danos", diz Burraco. "Isto tem sido descrito em muitos organismos em resposta à radiação ultravioleta, e também em bactérias e fungos que enfrentam a radiação ionizante.

É de certa forma o que acontece com os humanos - temos diferentes níveis de coloração na pele", diz Orizaola.

Curiosamente, as rãs não mostraram quaisquer outros sinais de impacto da radiação. De acordo com os cientistas, todos os órgãos internos parecem não ter sido completamente afetados pela radiação.

"São agora 12, 15 gerações de rãs desde o acidente. Portanto, esta coloração tem passado por todas essas gerações", diz Orizaola.

Lily Radziemski, Euronews.

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