Dois cientistas espanhóis, Germán Orizaola e Pablo Burraco, em Chernobyl, descobriram que o desastre nuclear teve efeitos duradouros numa população local: rãs de árvores. Muitas das rãs, que são normalmente um verde vibrante, tornaram-se negras.
A coloração das rãs pode ser explicada como uma resposta
protetora à radiação.
"Na verdade não "mudaram a cor", o que
mudou foi a proporção de rãs negras versus normais/verdes", explica
Orizaola. "Supomos que isto aconteceu pouco depois do acidente (primeiros
anos), quando os níveis de radiação eram muito mais elevados, e os
radioisótopos mais diversos".
"A melanina é conhecida por reduzir o impacto das
partículas radioactivas nas células, dissipando a energia da radiação e
evitando danos", diz Burraco. "Isto tem sido descrito em muitos
organismos em resposta à radiação ultravioleta, e também em bactérias e fungos
que enfrentam a radiação ionizante.
É de certa forma o que acontece com os humanos - temos diferentes
níveis de coloração na pele", diz Orizaola.
Curiosamente, as rãs não mostraram quaisquer outros
sinais de impacto da radiação. De acordo com os cientistas, todos os órgãos
internos parecem não ter sido completamente afetados pela radiação.
"São agora
12, 15 gerações de rãs desde o acidente. Portanto, esta coloração tem passado
por todas essas gerações", diz Orizaola.
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