sexta-feira, 26 de agosto de 2022

Bico calado

  • «A basquetebolista norte-americana Brittney Griner, a jogar pela UMMC Ekaterinburg, foi condenada a 9 de prisão por acusações de posse e comércio de drogas. A Vice-Presidente Kamala Harris foi rápida a exigir que Griner "fosse libertada imediatamente. Presidente Biden e eu, e toda a nossa Administração, estamos a trabalhar todos os dias para trazer Brittney para os seus queridos". Entretanto, reina o silêncio da Casa Branca sobre uma ocorrência semelhante no Mississippi, onde o Supremo Tribunal manteve em junho uma sentença de prisão perpétua sem liberdade condicional para Allen Russel, condenado por posse de 43,71 gramas de marijuana. Refira-se que, diariamente, 374.000 americanos estão na prisão por delitos de droga, muitas vezes do tipo menos grave.» PATRICK COCKBURN, CounterPunch.
  • Na maior doação política conhecida na história dos EUA, o industrial Barre Seid financiou um novo grupo dirigido pelo co-presidente da Sociedade Federalista Leonard Leo, que orientou as escolhas do Supremo Tribunal de Trump e ajudou a acabar com os direitos federais ao aborto. Andrew Perez, Andy Kroll e Justin Elliott, ProPublica.
  • «Longe de ser uma democracia modelo, Taiwan é um antigo estado gangster, cujo governo repressivo foi moldado por Chiang Kai-Shek, que aí se entricheirou em 1949 com o seu grupo de bandidos KMT financiados pela CIA, onde prontamente instituiu uma violenta repressão contra os esquerdistas conhecida como o Terror Branco, uma forma viciosa de lei marcial imposta durante 45 anos.» JEFFREY ST. CLAIR, CounterPunch.
  • "Quer saber o que era de facto esta guerra contra a droga? Em 1968, a campanha Nixon e a administração Nixon, teve dois inimigos: a esquerda antiguerra e os negros. Compreende o que estou a dizer? Sabíamos que não podíamos tornar ilegal ser ou contra a guerra ou contra os negros, mas ao conseguirmos fazer o público associar os hippies à marijuana e os negros à heroína, e depois criminalizando ambos fortemente, podíamos perturbar essas comunidades. Podíamos prender os seus líderes, invadir as suas casas, acabar com as suas reuniões, e vilipendiá-los noite após noite nos noticiários da noite.  Sabíamos que estávamos a mentir sobre as drogas? Claro que sabíamos"John Ehrlichman.

  • «E da próxima vez que ouvir que a África não consegue produzir bons líderes, pessoas empenhadas no bem-estar das massas do seu povo, pense em Nkrumah e no seu destino. E pense em Lumumba, derrubado em 1960-61 no Congo, com a ajuda dos Estados Unidos; em Agostinho Neto, de Angola, contra quem Washington travou uma guerra nos anos 70, tornando-lhe impossível introduzir mudanças progressivas; em Samora Machel, de Moçambique, contra quem a CIA apoiou uma contra-revolução nas décadas de 1970-80; e em Nelson Mandela, da África do Sul (agora casado com a viúva de Machel), que passou vinte e oito anos na prisão graças à CIA». William Blum, America’s deadliest export – Zed Books 2014, p 303.

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