Bico calado
- «A basquetebolista norte-americana Brittney Griner, a
jogar pela UMMC Ekaterinburg, foi condenada a 9 de prisão por acusações de
posse e comércio de drogas. A Vice-Presidente Kamala Harris foi rápida a exigir
que Griner "fosse libertada imediatamente. Presidente Biden e eu, e toda a
nossa Administração, estamos a trabalhar todos os dias para trazer Brittney
para os seus queridos". Entretanto, reina o silêncio da Casa Branca sobre uma
ocorrência semelhante no Mississippi, onde o Supremo Tribunal manteve em junho
uma sentença de prisão perpétua sem liberdade condicional para Allen Russel, condenado
por posse de 43,71 gramas de marijuana. Refira-se que, diariamente, 374.000
americanos estão na prisão por delitos de droga, muitas vezes do tipo menos
grave.» PATRICK
COCKBURN, CounterPunch.
- Na maior doação política conhecida na história dos EUA, o
industrial Barre Seid financiou um novo grupo dirigido pelo co-presidente da
Sociedade Federalista Leonard Leo, que orientou as escolhas do Supremo Tribunal
de Trump e ajudou a acabar com os direitos federais ao aborto. Andrew Perez, Andy Kroll e Justin Elliott,
ProPublica.
- «Longe de ser uma democracia modelo, Taiwan é um antigo
estado gangster, cujo governo repressivo foi moldado por Chiang Kai-Shek, que
aí se entricheirou em 1949 com o seu grupo de bandidos KMT financiados pela
CIA, onde prontamente instituiu uma violenta repressão contra os esquerdistas
conhecida como o Terror Branco, uma forma viciosa de lei marcial imposta durante
45 anos.» JEFFREY ST.
CLAIR, CounterPunch.
- "Quer saber o que era de facto esta guerra contra a
droga? Em 1968, a campanha Nixon e a administração Nixon, teve dois inimigos: a
esquerda antiguerra e os negros. Compreende o que estou a dizer? Sabíamos que
não podíamos tornar ilegal ser ou contra a guerra ou contra os negros, mas ao
conseguirmos fazer o público associar os hippies à marijuana e os negros à
heroína, e depois criminalizando ambos fortemente, podíamos perturbar essas
comunidades. Podíamos prender os seus líderes, invadir as suas casas, acabar
com as suas reuniões, e vilipendiá-los noite após noite nos noticiários da
noite. Sabíamos que estávamos a mentir
sobre as drogas? Claro que sabíamos". John
Ehrlichman.
- «E da próxima vez que ouvir que a África não consegue
produzir bons líderes, pessoas empenhadas no bem-estar das massas do seu povo,
pense em Nkrumah e no seu destino. E pense em Lumumba, derrubado em 1960-61 no
Congo, com a ajuda dos Estados Unidos; em Agostinho Neto, de Angola, contra
quem Washington travou uma guerra nos anos 70, tornando-lhe impossível introduzir
mudanças progressivas; em Samora Machel, de Moçambique, contra quem a CIA
apoiou uma contra-revolução nas décadas de 1970-80; e em Nelson Mandela, da
África do Sul (agora casado com a viúva de Machel), que passou vinte e oito
anos na prisão graças à CIA». William Blum, America’s deadliest export – Zed
Books 2014, p 303.
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