- «José Eduardo dos Santos chegou à Presidência de Angola, por decisão do MPLA, como sucessor de Agostinho Neto. As primeiras e únicas eleições presidenciais que disputou ocorreram num interregno da guerra civil, em 1992, depois dos acordos de Bicesse. Foi ele que venceu, oficialmente com 49,57% dos votos, contra 40,6% de Jonas Savimbi. Mas, pela lei eleitoral previamente acordada, para ser eleito, o candidato vencedor teria de obter mais de 50% dos votos, o que obrigava à realização de uma segunda volta. Esta, porém, nunca chegou a ocorrer – o MPLA aproveitou a presença em Luanda de parte da liderança da UNITA para desencadear um massacre, que trouxe de volta a guerra. Só viriam finalmente a realizar-se eleições, legislativas, em 2008, depois da morte de Savimbi e do fim da guerra. O MPLA ganhou esmagadoramente, com 81,6%. Deveriam ter-se seguido as eleições presidenciais, mas José Eduardo dos Santos decidiu de outra forma. Em vez de realizá-las, mudou a Constituição, que ele mesmo promulgou em 2010, estabelecendo que o presidente não é eleito diretamente, é automaticamente o líder do partido mais votado. Assim, em 2012 o MPLA ganhou com 71% dos votos novas legislativas, e Eduardo dos Santos obteve um mandato presidencial de cinco anos, findo o qual poderá ainda recandidatar-se. (…) José Eduardo Agualusa resume de forma brilhante a viragem política empreendida por Eduardo dos Santos. Mais uma vez, simulando o pensamento do “Bom déspota”: “A queda do Muro de Berlim aconteceu no momento certo. Por um lado, permitiu-me afastar um ou outro marxista fanático, trôpegas múmias ideológicas, perdidas no tempo, que não se deixavam comprar, nem com cargos nem com bens de consumo. Por outro, permitiu-me abrir o país às delícias do capitalismo, para benefício de toda a nossa grande família e do país em geral. A abertura ao capitalismo foi também a grande machadada na guerrilha, até essa altura apoiada pelos Estados Unidos e pela direita internacional. Se nós nos juntávamos ao capitalismo, porque haveria o capitalismo de nos combater?” (…) Os poços de petróleo controlados pelo governo de Luanda valiam mais do que as minas de diamantes sob controlo da Unita, e José Eduardo dos Santos conseguiu convencer Washington de que o seu governo estava agora aberto a todos os negócios. (…)» Luís Leiria, José Eduardo dos Santos, o déspota discreto - Esquerda.
- ‘O Supremo Tribunal israelita decidiu que a região palestiniana de Masafer Yatta, localizada nas colinas meridionais de Hebron, será inteiramente apropriada pelos militares israelitas e que uma população de mais de 1.000 palestinianos será expulsa. A decisão do Tribunal israelita não foi chocante. A ocupação militar de Israel não consiste apenas em soldados armados, mas em elaboradas estruturas políticas, militares, económicas e legais, dedicadas à expansão dos colonatos judeus ilegais e à expulsão lenta - e por vezes não tão lenta - dos palestinianos. Quando os palestinianos afirmam que a Nakba, ou Catástrofe - que levou à limpeza étnica da Palestina em 1948 e ao estabelecimento do Estado de Israel nas suas ruínas - é um projeto contínuo e inacabado, eles significam exatamente isso. A limpeza étnica dos palestinianos de Jerusalém Oriental e o tormento interminável dos beduínos palestinianos no Naqab e, agora em Masafer Yatta, são todos testemunhos desta realidade.’ RAMZY BAROUD, MPN.
- Mal Boris Johnson se demitiu após a demisão de 44 ministros e colaboradores, Bill Gates aterrou em Londres. Coincidência? Talvez não, sugere Threadsirish. Quem sabe ele não esteja a ajudar a cozinhar o próximo governo britânico, cujo primeiro-ministro será alguém ligado à grande banca.
- ‘Boris Johnson foi expulso de Downing Street por ter mentido. Anthony Albanese, primeiro-ministro trabalhista da Austrália é celebrado em Washington por enganar o seu povo sobre a China.’ John Pilger.
- «'Regime' é um governo que não alinha com o império dos EUA.» Gregory Shupak, FAIR.
Mais uma revolta para a sua longa lista.
- Gotabaya Rajapaksa, presidente do Sri Lanka, foi evacuado perante a invasão do palácio presidencial por uma população em fúria. 20 mil militares previamente destacados para a capital foram impotentes perante a mole humana. O recolher obrigatório na sexta-feira estimulou as pessoas a convencerem os maquinistas a transportá-las para o protesto na capital. Grave crise económica e social está na fonte destes protestos que começaram há meses. Fontes: MSM e The Times of Israel.
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