domingo, 6 de junho de 2021

Bico clado

  • Recurso que reduziu pena de Duarte Lima chegou ao juiz Rangel sem sorteio. Distribuição manual esteve a cargo do então vice-presidente da Relação, Orlando Nascimento. Mariana Oliveira e Ana Henriques, Público 3jun2021.
  • «(…) Só a Censura tinha uma história longa e exemplar para contar, mas não havia só Censura, havia falsificações, fake news, com a publicação pela Legião Portuguesa e pela PIDE de documentos falsos, disfarçados de verdadeiros. Era uma prática muito comum, que abrangia panfletos com assinaturas falsas, exemplares falsos de jornais clandestinos e cartazes com imagens manipuladas, de que os que aqui reproduzo são meros exemplos. Desde Salazar, mentindo publicamente sobre o assassinato de Delgado, ao legionário da esquina, a falsidade era o corrente. A falsidade, a calúnia e a difamação como instrumento de ataque aos opositores. (…)» José Pacheco Pereira, A indústria de falsificações do Estado Novo, Público, 5jun2021.
  • O Ministro da Educação polaco Przemysław Czarnek foi criticado durante uma visita a uma escola em Łuków para celebrar o seu 60º aniversário, por alegadamente a directora ter sugerido que as crianças mais novas, as crianças com deficiências graves e as que tinham as notas mais baixas não participassem nas celebrações. Aleksandra Krzysztoszek, EurActiv.
  • Johnson & Johnson condenada a pagar dois mil milhões de dólares por talco cancerígeno. Vinte e duas mulheres levaram a multinacional a tribunal e venceram a causa. Há 50 anos que a empresa tinha conhecimento da presença de amianto nestes seus produtos. Esquerda.
  • «Não faltavam as justificações ideológicas. A sangria do Novo Mundo transformava-se num ato de caridade ou numa razão de fé. Juntamente com a culpa nasceu todo um sistema de justificações para as consciências culpadas. Transformavam-se os índios em bestas de carga, porque aguentavam um peso superior ao suportado pelo frágil lombo dos Lamas, e, de caminho, comprovava-se que, com efeito, os Índios eram bestas de carga. Um vice-rei do México considerava não haver melhor remédio para o trabalho nas minas para curar a ‘maldade natural’ dos indígenas. Juan Ginés de Sepúlveda, o humanista, defendia que os Índios mereciam o tratamento que recebiam porque os seus pecados e idolatrias constituíam uma ofensa a Deus.» Eduardo Galeano, As veias abertas da América Latina (1971) – Antígona 2017.

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