Bico clado
- Recurso que reduziu pena de Duarte Lima chegou ao juiz
Rangel sem sorteio. Distribuição manual esteve a cargo do então vice-presidente
da Relação, Orlando Nascimento. Mariana Oliveira e Ana Henriques, Público
3jun2021.
- «(…) Só a Censura tinha uma história longa e exemplar
para contar, mas não havia só Censura, havia falsificações, fake news, com
a publicação pela Legião Portuguesa e pela PIDE de documentos falsos,
disfarçados de verdadeiros. Era uma prática muito comum, que abrangia panfletos
com assinaturas falsas, exemplares falsos de jornais clandestinos e cartazes
com imagens manipuladas, de que os que aqui reproduzo são meros exemplos. Desde
Salazar, mentindo publicamente sobre o assassinato de Delgado, ao legionário da
esquina, a falsidade era o corrente. A falsidade, a calúnia e a difamação como
instrumento de ataque aos opositores. (…)» José Pacheco Pereira, A indústria de
falsificações do Estado Novo, Público, 5jun2021.
- O Ministro da Educação polaco Przemysław Czarnek foi
criticado durante uma visita a uma escola em Łuków para celebrar o seu 60º
aniversário, por alegadamente a directora ter sugerido que as crianças mais
novas, as crianças com deficiências graves e as que tinham as notas mais baixas
não participassem nas celebrações. Aleksandra
Krzysztoszek, EurActiv.
- Johnson & Johnson condenada a pagar dois mil milhões
de dólares por talco cancerígeno. Vinte e duas mulheres levaram a multinacional
a tribunal e venceram a causa. Há 50 anos que a empresa tinha conhecimento da
presença de amianto nestes seus produtos. Esquerda.
- «Não faltavam as justificações ideológicas. A sangria do
Novo Mundo transformava-se num ato de caridade ou numa razão de fé. Juntamente
com a culpa nasceu todo um sistema de justificações para as consciências
culpadas. Transformavam-se os índios em bestas de carga, porque aguentavam um
peso superior ao suportado pelo frágil lombo dos Lamas, e, de caminho,
comprovava-se que, com efeito, os Índios eram bestas de carga. Um vice-rei do
México considerava não haver melhor remédio para o trabalho nas minas para
curar a ‘maldade natural’ dos indígenas. Juan Ginés de Sepúlveda, o humanista,
defendia que os Índios mereciam o tratamento que recebiam porque os seus
pecados e idolatrias constituíam uma ofensa a Deus.» Eduardo Galeano, As veias
abertas da América Latina (1971) – Antígona 2017.
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