segunda-feira, 21 de junho de 2021

Bico calado

  • «(…) Basta ouvir os nossos políticos para perceber que a resiliência se tornou uma ideologia: a ideologia do sofrimento e da infelicidade que salvam e purificam. O resistente estava disposto a quebrar; o resiliente é maleável, adapta-se a tudo, não tenta alterar nenhuma ordem, mas, pura e simplesmente, fazer o jogo da ordem presente para daí retirar ganhos. A táctica da resiliência é o consentimento. Por cada crise, infortúnio ou catástrofe, os arautos da resiliência prometem que “vamos sair daqui ainda mais fortes”. Toda a felicidade é conseguida à custa da infelicidade, e é sempre a destruição que é uma fonte da reconstrução. Aliás, o pressuposto da resiliência, essa terapia inventada nos gabinetes clínicos da aliança económico-política, é que a infelicidade é um mérito e a destruição uma bênção. Uma coisa que tem o nome de “Plano de Recuperação e Resiliência” poderia ser uma prescrição médica seguida numa associação de alcoólicos anónimos. Tudo neste jargão político tresanda de vício e de uma execrável ideologia.» António Guerreiro, A santa resiliência - Público 18jun2021.
  • Sete em cada dez concursos para dirigentes do Estado são ‘viciados’. Análise às nomeações do Governo nos últimos dois anos e meio revela que 69% dos escolhidos já estavam no cargo em regime de substituição. Expresso 18jun2021.
  • Os nossos problemas como nação em poucas palavras: governo por oligarquia, amiguismo e corrupção, brilhantemente delineados por George Monbiot.
  • Netanyahu ordenou a destruição ilegal de documentos antes da tomada de posse de Bennett. MEM.
  • Na edição de junho da revista académica American Economic Review, há um trabalho de investigação absolutamente extraordinário, revelando que uma equipa de estudiosos ocidentais realizou um estudo analisando a razão pela qual os estudantes participaram em protestos em Hong Kong - e que os participantes foram pagos para o fazer. Kit Klarenberg, RT.
  • Gravações telefónicas e e-mails agora divulgados revelam que o ex-ministro ministro da Defesa da Bolívia Luis Fernando López estava pronto para usar mercenários estrangeiros para impedir o regresso da esquerda ao poder. Laurence BlairRyan Grim, The Intercept.
  • A Marathon Petroleum cortou cerca de 2,000 postos de trabalho na sua refinaria de Garyville, Louisiana - e recebeu 2,1 mil milhões de dólares em benefícios pandémicos. Christopher Staudinger, LouisianaIlluminator.
  • Os bancos cubanos e outras instituições financeiras deixarão de aceitar dólares americanos a partir de hoje, 21 de Junho, devido ao facto do governo dos Estados Unidos reforçar as restrições de embargo aos bancos americanos e estrangeiros. Cuba tem tido cada vez mais dificuldade em resgatar dólares norte-americanos no estrangeiro em resultado das restrições adicionais impostas pela administração Trump, que não foram invertidas pelo presidente Biden. De acordo com o Banco Central, pelo menos 24 bancos deixaram de fazer negócios com Cuba desde que Trump apertou o embargo a Cuba. O governo cubano disse que a mudança é temporária. Green Left.

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