Bico calado
- «O Taveira é uma besta. Fui aluna dele, já depois do
escândalo, numa altura em que ainda dirigia o Pedagógico da Faculdade de
Arquitectura (acho que era o Pedagógico). Andava aos peidos pela escola e
levantava a voz para falar mal já não sei de quem, da direcção (guerras) (…)
também tive um professor com comportamento inadequado, em Projeto. Queria ter
sempre reuniões com as meninas no gabinete dele e se íamos de saias fazia
questão de nos deixar subir à frente, nas escadas em caracol. Também era
arquiteto e péssimo professor.» Lia Ferreira e Telma Tavares.
- «Uma correspondente da imprensa estrangeira perguntou-me
como é que Berardo continua a abrir museus com o nome dele em Portugal.» SusanaCoroado.
- Mais de 100 lobistas foram mobilizados para contatar
legisladores e membros da administração Biden, exortando-os a oporem-se a uma
proposta de renúncia temporária aos direitos de propriedade intelectual por
parte da Organização Mundial do Comércio que permitiria a produção de vacinas
genéricas a nível mundial. Lee Fang,
The Intercept.
- «(…) já não resta muito tempo aos Estados Unidos
para tentarem alcançar um dos objectivos essenciais dos últimos anos que é o de
impedirem a construção do gasoduto North Stream 2 acordado entre a Rússia e a
Alemanha para abastecer a Europa de gás natural russo. Os trabalhos estão em
fase de conclusão. (…) Liquidar este projecto de cooperação é, para os
dirigentes de Washington, uma via para entorpecer ainda mais as relações entre
a União Europeia e Moscovo e, sobretudo, para perturbar gravemente a cooperação
especial entre a Rússia e a Alemanha, que se desenvolve claramente à revelia
das posições da União Europeia e, sobretudo, da NATO. Enquanto proclama a
necessidade de preservar a «integridade» da Ucrânia, Berlim mantém a aposta no
gasoduto, incorrendo na reprovação de Washington. (…) Outra circunstância que
favorece o clima de elevada tensão instaurado é a reconstituição, em torno de
Joseph Biden agora como presidente dos Estados Unidos, da equipa operacional da
estrutura do Partido Democrata norte-americano que montou o golpe ucraniano de
2014 e que fez do regime assim implantado em Kiev um instrumento provocatório
ao serviço do expansionismo da NATO e dos desígnios imperiais de Washington. Anthony
Blinken, secretário de Estado norte-americano, ele próprio de origem ucraniana,
era membro do Conselho de Segurança Nacional e depois secretário de Estado
adjunto no período em que a administração Obama/Biden promoveu o golpe. Blinken
canalizou através de Victoria Nuland, operacional do Departamento de Estado em
funções no terreno, os cinco mil milhões de dólares para instaurar «um bom
governo em Kiev», como recomendou o actual secretário de Estado. Nuland esteve
em pessoa na Praça Maidan, em Kiev; gravações de conversas nas quais participou
dão conta do processo como foram escolhidos os dirigentes ucranianos empossados
na ocasião, entre eles alguns quadros de chefia do arreigado sector nazi com
passado hitleriano. O interlocutor de Nuland nessas conversas foi Geoffrey R.
Pyatt, actual embaixador dos Estados Unidos na Grécia, de onde dirigiu as
operações que criaram, à revelia da vontade popular, um país conhecido como
Macedónia do Norte, mais uma parcela da antiga Jugoslávia agora submetida às ordens
da NATO e da União Europeia. Pyatt era embaixador na Ucrânia em 2013/2014.
Agora é o titular da diplomacia de Washington na Grécia, país que acolhe os
jogos de guerra «Iniochos 21» da NATO, centrados no Mar Egeu e também com
participação de tropas israelitas e dos Emirados Árabes Unidos, por sua vez
integrados na macro estrutura dos exercícios “Defender Europe 21”. Biden,
Blinken, Nuland, Pyatt – a equipa operacional do golpe Euromaidan está de
regresso à Ucrânia, dando a ideia nítida de que pretende retomar o que iniciou
e levá-lo até às últimas consequências nas fronteiras com a Rússia. (…)» José
Goulão, O Lado Oculto/AbrilAbril.
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