domingo, 25 de abril de 2021

Bico calado

  • «O Taveira é uma besta. Fui aluna dele, já depois do escândalo, numa altura em que ainda dirigia o Pedagógico da Faculdade de Arquitectura (acho que era o Pedagógico). Andava aos peidos pela escola e levantava a voz para falar mal já não sei de quem, da direcção (guerras) (…) também tive um professor com comportamento inadequado, em Projeto. Queria ter sempre reuniões com as meninas no gabinete dele e se íamos de saias fazia questão de nos deixar subir à frente, nas escadas em caracol. Também era arquiteto e péssimo professor.» Lia Ferreira e Telma Tavares.
  • «Uma correspondente da imprensa estrangeira perguntou-me como é que Berardo continua a abrir museus com o nome dele em Portugal.» SusanaCoroado.
  • Mais de 100 lobistas foram mobilizados para contatar legisladores e membros da administração Biden, exortando-os a oporem-se a uma proposta de renúncia temporária aos direitos de propriedade intelectual por parte da Organização Mundial do Comércio que permitiria a produção de vacinas genéricas a nível mundial. Lee Fang, The Intercept.
  • «(…)  já não resta muito tempo aos Estados Unidos para tentarem alcançar um dos objectivos essenciais dos últimos anos que é o de impedirem a construção do gasoduto North Stream 2 acordado entre a Rússia e a Alemanha para abastecer a Europa de gás natural russo. Os trabalhos estão em fase de conclusão. (…) Liquidar este projecto de cooperação é, para os dirigentes de Washington, uma via para entorpecer ainda mais as relações entre a União Europeia e Moscovo e, sobretudo, para perturbar gravemente a cooperação especial entre a Rússia e a Alemanha, que se desenvolve claramente à revelia das posições da União Europeia e, sobretudo, da NATO. Enquanto proclama a necessidade de preservar a «integridade» da Ucrânia, Berlim mantém a aposta no gasoduto, incorrendo na reprovação de Washington. (…) Outra circunstância que favorece o clima de elevada tensão instaurado é a reconstituição, em torno de Joseph Biden agora como presidente dos Estados Unidos, da equipa operacional da estrutura do Partido Democrata norte-americano que montou o golpe ucraniano de 2014 e que fez do regime assim implantado em Kiev um instrumento provocatório ao serviço do expansionismo da NATO e dos desígnios imperiais de Washington. Anthony Blinken, secretário de Estado norte-americano, ele próprio de origem ucraniana, era membro do Conselho de Segurança Nacional e depois secretário de Estado adjunto no período em que a administração Obama/Biden promoveu o golpe. Blinken canalizou através de Victoria Nuland, operacional do Departamento de Estado em funções no terreno, os cinco mil milhões de dólares para instaurar «um bom governo em Kiev», como recomendou o actual secretário de Estado. Nuland esteve em pessoa na Praça Maidan, em Kiev; gravações de conversas nas quais participou dão conta do processo como foram escolhidos os dirigentes ucranianos empossados na ocasião, entre eles alguns quadros de chefia do arreigado sector nazi com passado hitleriano. O interlocutor de Nuland nessas conversas foi Geoffrey R. Pyatt, actual embaixador dos Estados Unidos na Grécia, de onde dirigiu as operações que criaram, à revelia da vontade popular, um país conhecido como Macedónia do Norte, mais uma parcela da antiga Jugoslávia agora submetida às ordens da NATO e da União Europeia. Pyatt era embaixador na Ucrânia em 2013/2014. Agora é o titular da diplomacia de Washington na Grécia, país que acolhe os jogos de guerra «Iniochos 21» da NATO, centrados no Mar Egeu e também com participação de tropas israelitas e dos Emirados Árabes Unidos, por sua vez integrados na macro estrutura dos exercícios “Defender Europe 21”. Biden, Blinken, Nuland, Pyatt – a equipa operacional do golpe Euromaidan está de regresso à Ucrânia, dando a ideia nítida de que pretende retomar o que iniciou e levá-lo até às últimas consequências nas fronteiras com a Rússia. (…)» José Goulão, O Lado Oculto/AbrilAbril.

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