quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Bico calado

  • «Donald Trump exigiu à Fox News (canal conservador que o apoia) que despeça uma jornalista, Jennifer Griffinque falou com fontes que lhe confirmaram que, em 2018, o Presidente dos Estados Unidos recusou visitar, em França, um cemitério de soldados americanos mortos na I Guerra Mundial. Um trabalho na revista Atlantic, na semana passada, dizia que Trump chamou “perdedores” e “palermas” aos soldados mortos. As fontes de Griffin confirmaram que o Presidente não quis ir homenagear os mortos, mas contaram outra história — disseram que Trump se estava a referir à Guerra do Vietname quando disse: “Foi uma guerra estúpida, os que foram para lá foram uns palermas”.» Público 7set2020. 
  • «(…) no mesmo dia em que morreu o genocida Keng Kek Yev, o chefe da diplomacia dos EUA, Mike Pompeo, anunciou a aplicação de sanções não contra um genocida ou um ditador, mas antes contra uma das procuradoras do Tribunal Penal Internacional, Fatou Bensouda, pelo facto de esta estar a investigar crimes de guerra no Afeganistão, tanto os perpetrados pelos taliban como, possivelmente, a verificação de se os métodos de combate das tropas dos EUA também caem sob a alçada do Tribunal Penal Internacional (que só se aplica se os países que têm responsabilidade jurisdicional sobre esses crimes forem “incapazes ou relutantes” de os julgar). A mera sugestão de que crimes de guerra que os EUA não queiram julgar possam ser julgados pelo Tribunal Penal Internacional levou Pompeo a declarar :“Não toleraremos as tentativas ilegítimas de submeter os americanos à jurisdição” do Tribunal Penal  Internacional." (…)» Rui Tavares, Na morte discreta de um genocida – Público 7set2020. 
  • A norte-americana CLS Strategies, que promoveu campanhas de ‘fake news’ para influir na política mexicana, admitiu que as suas estratégias de difusão nas redes sociais foram financiadas e dirigidas por clientes dentro de cada país, já que as suas atividades também incluíram nações como a Bolívia e a Venezuela. Gustavo Castillo García, La Jornada
  • Jonathan Jones, o chefe do departamento jurídico do governo do Reino Unido, demitiu-se por não querer pactuar com a proposta de Boris Johnson de alterar partes do acordo Brexit do ano passado relacionadas à Irlanda do Norte. Financial Times. «Os ministros que também são advogados são culpados de grave falta de profissionalismo em resultado do anúncio do governo de que pretende violar a lei internacional hoje?» Richard Murphy, Tax Research UK
  • No Reino Unido, a ministra da Administração Interna, Priti Patel, afirmou que a Extinction Rebellion são “os chamados eco-cruzados que se tornaram criminosos”. The Guardian. «Nada ameaça o nosso modo de vida - e o de todas as outras pessoas - tanto quanto a degradação climática. Se Priti Patel realmente se importasse com o nosso bem-estar, ela estaria nas ruas com a Extinction Rebellion. E no dia em que o governo se gaba no Parlamento de ter infringido a lei, Priti Patel está em má posição para rotular outras pessoas de "criminosos". Sem o nosso histórico de desobediência civil, Priti Patel não poderia ter sido deputada, ou mesmo ter votado. Tudo de há de bom no "modo de vida" do Reino Unido foi criado por pessoas que foram rotuladas de criminosos na época.» George Monbiot

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