segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Bico calado

  • A Deco aconselha os consumidores a reclamar junto dos respetivos operadores e a denunciar a situação junto da Autoridade Nacional de Comunicações e da Comissão Nacional de Proteção de Dados e apela a que lhe seja dado conhecimento das reclamações apresentadas. Em causa está uma iniciativa dos operadores de televisão paga de passarem a inserir publicidade nas gravações automáticas dos diferentes canais, tendo o consumidor que aceitar para poder aceder às referidas gravações. Lusa/Público 28 ago2020.
  • O governo britânico tinha planos para testar todos os habitantes do país para o coronavírus todas as semanas até outubro - e entregou a maior parte do trabalho à empresa de contabilidade global Deloitte. O deputado trabalhista Clive Lewis considerou o acordo "potencialmente a maior privatização do Serviço Nacional de Saúde da história". Adam Ramsay e Seth Thévoz, openDemocracy.
  • «As pessoas normalmente acreditam que os EUA foram fundados como uma democracia. Nada disso. Apenas 6% da população tinha o direito de voto (homens brancos, proprietários). Só em 1856 os critérios de propriedade foram abandonados, em 1920 para as mulheres, em 1948 para os índios americanos, em 1965 para as minorias. O sufrágio universal foi alcançado em 56 países antes de ser atingido nos Estados Unidos, incluindo Paquistão, Sri Lanka, Jamaica, Líbano, Indonésia, Coreia do Sul, Índia, Bolívia, Tunísia, Filipinas e Irão.» Jason Hickel.
  • «(…) Quando me naturalizei, em 1988, o juiz de Nova Jersey, na cerimónia, fez um discurso sobre os benefícios e deveres da cidadania. Foi um espetáculo bonito e comovente, mas não teria sido se o presidente Ronald Reagan o tivesse usado como suporte para a sua reeleição. O que foi especialmente irritante neste incidente recente foi o estilo de Trump: um apresentador de espetáculo premiando a cidadania como se fosse um prémio para alguns poucos sortudos, como um novo SUV ou férias nas Caraíbas. "Vocês ganharam o bem mais valioso, estimado e inestimável em qualquer parte do mundo. Chama-se cidadania americana.” Não é você que concede a cidadania, Sr. Presidente. É a Constituição. Como acontece com qualquer carro distribuído num concurso de TV, é aconselhável abrir o capô para ver o seu valor real. Será a cidadania americana, hoje, de facto, a mais valorizada no mundo? O número de americanos que renunciam à cidadania está a bater um recorde histórico. Uma série de outros países - Nova Zelândia, Vietname, Islândia, Coreia do Sul - lidaram com a pandemia muito melhor do que nós. OS seus cidadãos são saudáveis e podem ir a restaurantes e escolas, e as suas economias estão a recuperar. Registando o maior número de mortes no mundo causadas pela pandemia, a América terá que se esforçar mais do que nunca para atrair imigrantes. Se eu fosse um médico ou técnico na Índia ou China e pudesse escolher entre a América, Alemanha, Coreia do Sul ou Nova Zelândia para levar a minha família e usar as minhas competências, qual escolheria? Antes de 2016, a resposta clara seria a América. Agora, será que ainda escolheria o país mais atingido e dilacerado, com o pior sistema de saúde do mundo industrializado e com a maior placa que diz “Não entrar”!? Desde o início da pandemia, Trump e o Partido Republicano têm usado isso como desculpa para eliminar o asilo, baseados em motivos de saúde pública fabricados, e cortar drasticamente a imigração legal, por razões económicas igualmente manipuladas. E têm conseguido, com os seus facilitadores da Fox News, popularizar a xenofobia mais extrema. Historicamente, a América tem feito bem em importar os talentos de que precisa. Embora os imigrantes representem apenas 14% da população, representamos um quarto de todos os trabalhadores da saúde e quase três quartos dos trabalhadores de tecnologia do Silicon Valley, iniciamos um quarto de todos os novos negócios e ganhámos um terço de todos os prémios Nobel de ciência dados aos americanos.(…)» Suketu Mehta, Trump trata a naturalização como um prémio de um concursoWashington Post.

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