quarta-feira, 29 de julho de 2020

Bico calado

  • Quer apresentar uma petição ao Parlamento português? Fique a saber que a partir de agora, por proposta do PSD, são necessárias 10 mil assinaturas. O diploma aprovado estabelece ainda que as petições que recolham entre quatro e dez mil assinaturas sejam discutidas na comissão parlamentar competente. Dinheiro Vivo.
  • Empresas de petróleo e gás, empresas de serviços de queima de combustíveis fósseis e os bancos que financiam a perfuração doam muito às fundações dos departamentos de polícia, revela um relatório da Public Accountability Initiative e da LittleSis. Em muitos casos, esse dinheiro apoia diretamente a compra de armas e equipamentos. As grandes petrolíferas Chevron Corporation e Royal Dutch Shell distribuem milhares de dólares em doações à polícia em Houston e New Orleans todos os anos. A Marathon Petroleum, a maior proprietária de refinaria nos EUA, patrocina eventos de angariação de fundos da Detroit Public Safety Foundation, e o principal oficial de segurança da empresa faz parte do conselho da fundação. A gigante de serviços públicos Exelon apoia as fundações policiais em Baltimore, Chicago e Washington, DC. O JP Morgan Chase, o maior financiador mundial de combustíveis fósseis, doou milhões para fundações policiais em New York e New Orleans. Sá em 2018, o Goldman Sachs, o 14º maior financiador de combustíveis fósseis do mundo, doou US $ 250.000 à Fundação de Polícia de Los Angeles e US $ 15.000 à gala anual da Fundação de Polícia de New York. «As mesmas empresas de petróleo e gás, empresas de serviços públicos e financiadores que estão a poluir as comunidades negras e étnicas em busca de lucro também financiam e fazem alianças com a polícia», disse Derek Seidman, investigador da LittleSis e coautor do relatório. «Eles estão aliados e equipam o próprio aparelho que garante os seus lucros contínuos». As fundações policiais privadas surgiram na década de 1970 para complementar o financiamento das forças das grandes cidades durante as crises orçamentais decorrentes do declínio da produção e da fuga dos contribuintes brancos da classe média para os subúrbios. Hoje, os departamentos de polícia recebem normalmente entre 20% e 45% do orçamento discricionário da sua cidade. No entanto, as fundações continuam a ser fundos lucrativos para os departamentos de polícia, com pouca supervisão sobre quem dá o dinheiro e como ele é gasto.» Alexander C. Kaufman, Huffington Post.
  • «(…) A cultura de massas e as indústrias associadas através dos grandes conglomerados de órgãos de comunicação e de entretenimento globais, dos meios de difusão planetários, padroniza produtos, notícias, serviços, comportamentos. Serve produtos pré-definidos e de consumo imediato. É um detergente e um verniz. É uma Coca-Cola total, que tanto limpa metais como ilude a sensação de fome. Corrompe. (…) A cultura de massas é hoje um instrumento de conquista de poder e está ao serviço de interesses políticos que os seus promotores não ousam apresentar. Importa conhecer que mãos, ou garras, estrangulam as nossas gargantas. Que nova cultura de massas se tornou dominante. (…) A cultura chunga é a apologia da lei da selva e da barbárie. Mais não pretende que conquistar uma alargada comunidade de consumidores de baixa exigência intelectual e moral, predispostos a serem iludidos por eficaz publicidade, e levá-los a aderir ao projeto de poder político de uma minoria privilegiada através de propostas de fácil consumo.» Carlos Matos Gomes, Cultura Chunga — A Nova Cultura de Massas Medium.

Sem comentários: