quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Bico calado

  • «Assim que entrou no governo, o CDS-PP aprovou de imediato um brutal aumento no preço dos transportes públicos. O passe do Metro de Lisboa, por exemplo, chegou a aumentar 48%, e isto enquanto simultaneamente reduziam os descontos nos passes para crianças e idosos. (…) Enquanto isso, o governo de PSD e CDS-PP apressava todas as privatizações e concessões de serviços de transportes públicos que conseguia. Chegou ao ponto de aprovar a subconcessão do Metropolitano de Lisboa e da Carris sem o visto do Tribunal de Contas, a poucos dias das Legislativas de 2015, na esperança de que a medida não pudesse ser revertida posteriormente, independentemente do resultado das eleições.(…) Entretanto, o CDS-PP saiu do governo. Já na oposição, o CDS-PP parece ter invertido o discurso e, agora, a sua líder, Assunção Cristas, quer mais investimento público nos serviços de transportes do Estado, apesar de ter defendido a redução do Estado neste sector, quer 20 novas estações de metro em Lisboa, apesar de ter tentado concessionar o Metro de Lisboa, e quer a redução dos preços dos transportes públicos em todo o país, apesar de ter aprovado o aumento dos preços dos transportes públicos em todo o país.(…)» Uma Página numa Rede Social.
  • Ministério Público quer Benfica fora das competições entre seis meses a três anos, titula o Público.
  • «(…) Nesta terra cujos donos semeiam, colhem e perpetuam segregação, o Museu Nacional se tornou um atípico destino democrático no Rio. (…) Não foi por falta de aviso. Em 2004, um secretário estadual do Rio advertiu: “O museu vai pegar fogo. São fiações expostas, malconservadas, alas com infiltrações”. Em abril e maio de 2018, às vésperas do bicentenário da instituição, reportagens de Roberta Jansen, Bárbara Carvalho e Marco Aurélio Canônico expuseram a manutenção precária. Uma infestação de cupins provocou no ano passado a interdição da sala dos dinossauros. Para reabri-la, o museu improvisou uma vaquinha. Governantes nunca demonstraram apreço, além do diplomático, pelo Museu Nacional. O antropólogo Luiz Fernando Dias Duarte, diretor-adjunto do museu, disse à GloboNews que Juscelino Kubitschek foi o último presidente a visitar o local, seis décadas atrás. E que nenhum ministro compareceu à celebração dos 200 anos, em junho.(…) De 2013 a 2017, as transferências federais para ele caíram pela metade. De janeiro a agosto de 2018, resumiram-se a R$ 98 mil, o equivalente à despesa média do poder público com um só magistrado em dois meses. Numa palavra, penúria. (…) Derramam lágrimas de hipocrisia sobre as cinzas do Museu Nacional. “É um dia triste para todos brasileiros”, proclamou Michel Temer. Por que destinaram em oito meses menos de R$ 100 mil à instituição cujo “valor para nossa história não se pode mensurar”?(…) O combate às labaredas atrasou no mínimo meia hora porque os hidrantes próximos estavam sem água, informou o Corpo de Bombeiros. (…) Jair Bolsonaro prega a extinção do Ministério da Cultura. A Agência Lupa constatou que, dos 13 candidatos presidenciais, somente dois mencionaram em seus programas políticas sobre museus. O Brasil se automutila. Ao dilacerar a memória, castiga o presente e ensombrece o futuro. Um novo museu tem de surgir, mas não será, não tem como ser, o que foi. (…) Nada mitiga, porém, a ira e a tristeza. Não houve acidente, e sim crime. A arma pode ter sido curto-circuito, queda de balão ou outra; a munição teve o calibre da negligência. (…)» The Intercept.
  • O presidente da câmara de Ronda, na província filipina de Cebu, foi mortalmente abatido no seu gabinete. Mariano Blanco fora incluído pelo presidente Rodrigo Duterte numa lista de gente ligada à droga. AP.
  • «Se criticar o sionismo é anti-semita, então por que não é islamofóbico criticar o islamismo?» questiona o Middle East Monitor.
  • «Se você perdesse 99% do que as emissoras e os jornais publicam, você não estaria mais informado sobre os problemas que contam do que se você visse e lesse tudo», afirma o consagrado jornalista britânico George Monbiot, num tuite.

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