domingo, 2 de setembro de 2018

Bico calado

  • «(…) A última coisa que quero é que o Estado ou as grandes empresas tecnológicas, que fazem o mal e a caramunha, me “protejam” do ruído do mundo e me tratem como uma criancinha. O que eu quero é que os adultos vão à luta, denunciem as falsidades, que os jornalistas façam investigações sobre as fileiras racistas, homofóbicas, violentas, que denunciem os seus mentores, que a escola não se ponha com deslumbramentos tecnológicos e ensine a “ler” a Internet e a televisão, que a “conversação” na sociedade e nos media não tenha um átomo de complacência com este admirável mundo novo. Mas tudo menos a censura.» José Pacheco Pereira, in O admirável mundo novo e a sua companheira a censura - Público 1set2018.
  • «(…) Os "entãosistas” não pretendem que as suas ideias sejam mais úteis ou verdadeiras, mais libertadoras, mais instrutivas ou mais honestas. Pretendem apenas desviar o assunto daquilo que mais os incomoda: que alguém tenha o topete de chamar a atenção para os crimes e as violações de direitos humanos que são levados a cabo pelos seus ídolos políticos (…) Mas não é possível ser um “entãosista” e ser-se intelectualmente honesto. Qualquer pessoa que queira dar um contributo ainda que pequeno à humanidade precisa de crescer para lá do entãosismo e tratar os entãosistas com o escárnio que eles merecem.» Rui Tavares, in O entãosismoPúblico 31ago2018.
  • «(…) Há pessoas que vêem no projecto para o Largo do Rato, em Lisboa, de Manuel Aires Mateus e Frederico Valsassina, “um “mono”, um “mamarracho” e até “um aborto” e uma “excrescência urbana”. Todos têm direito ao seu gosto e à sua opinião. E têm até direito a serem deselegantes. Isso é uma coisa. Outra bem diferente é usar a expressão “mono do Rato” nos títulos das notícias, porque “é assim que o edifício é conhecido”. Seguindo essa lógica, teríamos “aldrabão do Relvas” nos títulos sobre a forma como Miguel Relvas, ex-ministro de Pedro Passos Coelho, obteve a sua licenciatura em 2006.(…)». Bárbara Reis, in O Rato, o gosto do Ministério Público e a clausura da sinagoga - Público 31ago2018.

Sem comentários: