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terça-feira, 28 de agosto de 2018
Bico calado
Com que então McCain foi um herói. E as nossas rádios fartaram-se de nos soletrar, durante dois dias e hora a hora, o currículo adequado. Dezenas de textos incensaram-no em jornais. Mas nada disseram sobre o seu outro lado. O lado inconveniente. Para além de votar contra a lei que estabeleceu um dia feriado dedicado a Luther King, McCain defendeu sempre o uso da força na aplicação da política externa dos ERUA. Por isso, lutou sempre por orçamentos cada vez mais generosos para o Pentágono e promoveu guerra atrás de guerra, intervenção atrás de intervenção. Foi prisioneiro de guerra depois de ter participado na carnificina que foi a guerra do Vietname. O segundo casamento com a filha de um milionário da cerveja do Arizona franqueou-lhe as portas ao partido Republicano e a altos voos na política. Apoiou a invasão de Grenada (1983), os esquadrões da morte em El Salvador e ma Guatemala, os Contra da Nicaraugua. Apoiou a invasão do Panamá (1989) e a invasão do Iraque (1990-91). Apoiou o bombardeamento massivo da Sérvia (1999). Apoiou a invasão do Afeganistão (2001). Defendeu ações militares contra a Coreia do Norte (2003), a intervenção no Irão (2007). Apoiou o uso da força na Líbia e criticou Obama por recuar na Síria. In Why the US ruling class mourns John McCain. Mais fontes a consultar: McCain in Vietnam: the ugly face of American imperialism, John McCain in Ann Arbor: a cowardly evasion on US war crimes, John McCain at VMI: A blunt statement of US imperialism’s stake in Iraq, The real McCain, The dark side of John McCain, Map: All the Countries John McCain Has Wanted to Attack
«Desde o início da operação Liberdade Duradoura, isto é, a invasão do Afeganistão pela NATO, em Outubro de 2001, a produção anual de ópio para fabrico de heroína e outras drogas ilícitas neste país cresceu entre 4000 a 4500%, alimentando um tráfico com lucros de um bilião de dólares que terá provocado a morte de mais de um milhão de pessoas. Os dados são de várias organizações internacionais, entre elas a United Nations Office Drugs and Crime, agência da ONU para a droga e o crime. (…) mais de dezena e meia de senhores da guerra e do narcotráfico têm lugar no Parlamento “democratizado” de Kabul, nascido de eleições grosseiramente falsificadas – mas consideradas válidas pelos ocupantes.» José Goulão, in O Lado Oculto.
O presidente da campanha presidencial de Trump em 2016, Paul Manafort, foi considerado culpado de fraude. No mesmo dia, o seu ex-advogado, Michael Cohen, declarou-se culpado de violações de fraude e financiamento de campanhas. Manafort mentiu aos bancos para obter milhões de dólares em empréstimos pessoais e escondeu milhões em ganhos das Finanças dos EUA. Ele escondeu esse dinheiro através da criação de empresas anônimas. Essas empresas receberam pagamentos de empresários ucranianos e trasnferiram-nos para contas bancárias pessoais de Manafort como se fossem empréstimos em vez de rendimento.
«(…) Não sabemos como isto vai acabar, mas uma coisa é certa: não teríamos chegado tão longe se Orbán não tivesse aliados tão poderosos em Bruxelas e em certas capitais da UE. Acima de tudo, Orbán tem contado nos últimos anos com o apoio do Partido Popular Europeu, PPE, de que fazem parte os partidos portugueses PSD e CDS. Como pode um partido europeu que se reclama da democracia-cristã aceitar no seu seio um líder político que se recusa a alimentar detidos sob a sua responsabilidade? (…) É preciso que militantes e políticos desses partidos, jornalistas, adversários noutros partidos políticos e o público em geral comecem a perguntar sistematicamente a Rio e a Cristas: como podem admitir ter no mesmo partido europeu alguém que se recusa a alimentar requerentes de asilo para os pressionar a não usar o seu direito de recurso judicial? Não há vergonha?» Rui Tavares, in Um silêncio vergonhoso de Rio e Cristas - Público 27ago2018.
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