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- «(…) Em particular com a criação e o modo de funcionamento das SAD’s, estas e os clubes a elas ligados transformaram-se em robustas e mais ou menos eficientes “máquinas de lavar” (dinheiro, obviamente…). E, transformada uma associação desportiva em algo que é suposto render euros ou dólares, foi-se cada vez mais impondo a lógica capitalista da proclamada “ética dos negócios”. (…) Começa-se pela criação e tráfico de influências com os decisores políticos e financeiros, com uns lugares de camarote para aqui, uma viagem ao estrangeiro a acompanhar a equipe para acolá, com tudo, desde a própria viagem, alojamento, refeições e bilhetes para o jogo, generosamente pagos. Segue-se a “normalidade” da troca de atenções e favores: uma cedência, mais ou menos gratuita, de terrenos municipais (normalmente justificada com o “fomento do desporto” e formalizada em tão pomposos quanto espectacularmente apresentados “protocolos”), uma isenção (mais clara ou mais encapotada) do IMI, uma “alteraçãozinha” cirúrgica do PDM ou até – porque não? –um perdão da dívida bancária ou fiscal. E, pelo meio, o elogio do “sucesso” a todo o custo e o “fechar de olhos” perante a sucessiva imposição da teoria de que a suposta legitimidade do fim – a vitória dita “desportiva” –, afinal, justificará o mais sórdido dos meios, desde a obtenção de favores da arbitragem (a troca seja de dinheiros ou serviços sexuais, por exemplo, seja da progressão na carreira ou da atribuição de cargos importantes nos vários organismos desportivos) até à compra de resultados e de jogadores. No meio de toda esta podridão (…) o “jogo” das comissões e respectiva repartição pelos amigos, decorrentes de transferências, a promiscuidade mais absoluta entre o mundo dito do “desporto”, o da política e o das Finanças e até o da Justiça (já repararam que os dirigentes desportivos de grandes clubes só são presos depois de deixarem tais cargos?) vai-se impondo sucessivamente. E quem aparece a defender e a proclamar princípios é, no mínimo, apresentado, com um sorriso condescendente, como “um autêntico lírico” e, no máximo, apontado como um alvo a abater por não ser “eficaz” na obtenção dos tão almejados sucessos e vitórias. (…)» António Garcia Pereira, in Anatomia de um ditador - Notícias Online.
- «Em 2003, o deputado Paulo Pedroso foi preso em plena AR, com um aparato mediático nunca visto até então. O juiz Rui Teixeira irrompeu na AR, precedido de uma multidão de jornalistas e câmaras de televisão e deu voz de prisão ao deputado. Paulo Pedroso foi acusado de práticas pedófilas e permaneceu na prisão quatro meses e meio, até a justiça reconhecer que estava inocente e fora preso injustamente. Pediu uma indemnização ao Estado que inicialmente lhe foi parcialmente concedida, mas acabou por ser recusada por um tribunal superior, depois do inenarrável Pedro Namora se ter insurgido contra a atribuição da indemnização. (…) Quinze anos depois, o Tribunal Europeu dos Direitos do Homem dá razão a Paulo Pedroso e condena o Estado português a pagar-lhe uma indemnização de cerca de 68 mil euros, acrescidos de juros. Algumas televisões deram a notícia sem grande alarido, mas nenhum dos jornal teve coragem de trazer o assunto para primeira página e pedir desculpa a Paulo Pedroso pelo mal que lhe causou com as acusações. UMA VERGONHA para os jornalistas e mais uma machadada na credibilidade dos jornais que se assumem como refúgio de incendiários e cobardes. (…)» Carlos Barbosa de Oliveira, in Crónicas do Rochedo.
- «Governo-sombra da EDP vai ao Parlamento: Há, na cúpula da EDP, ministros de cada um dos quatro governos que decidiram sobre as polémicas "rendas" que o Estado paga à empresa. O conflito de interesses entre público e privado é um tema central da comissão de inquérito no Parlamento. DN.
- Uma empresa holandesa terá exportado 38 toneladas de materiais químicos, nomeadamente acetona, para a Síria para aí serem manipulados no fabrico de armas químicas. MEM.
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