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quarta-feira, 13 de junho de 2018

Bico calado

Foto: Zhang Guojun/Xinhua/BarcroftImages
  • «A greve de comboios a sul de Coimbra, que se inicia hoje às 12 horas e se prolonga até final do dia 13, já me parecia inusitada mas, ao saber que os sindicatos marcaram greve a norte de Coimbra para os dias 23 e 24 de junho, confirmei as minhas suspeitas: as greves decretadas pelo sindicato ferroviário são manifestamente contra o povo e nada têm a ver com reivindicações dos trabalhadores. Desmontado que já fora o argumento da falta de segurança (o governo e a empresa garantem que os comboios continuarão a circular com dois funcionário, não havendo por isso qualquer alteração, como aliás acontece desde 1998) as greves dos comboios marcadas para as vésperas e dias que assinalam as festas populares mais concorridas do país são greves contra o povo, cujos interesses os sindicatos dizem defenderCarlos Barbosa Oliveira, in Crónicas do Rochedo. As indústrias ligadas ao petróleo agradecem, «penso eu de que».
  • «(…) Acaba de ser conhecida a notícia de que “O Tribunal Europeu dos Direitos Humanos criticou a decisão do juiz Rui Teixeira que não deu acesso à defesa dos testemunhos e dos relatórios médicos das alegadas vítimas e condenou ainda os tribunais da Relação e o Supremo por terem negado uma indemnização ao antigo governante por detenção ilegal.” O juiz Rui Teixeira procedeu bem quando investigou Paulo Pedroso, mas foi intolerável quando foi à Assembleia da República, com câmaras da televisão, para prender um dos membros e humilhar o mais representativo órgão de soberania. Foi a afronta gratuita, na vertigem mediática, por um cidadão medíocre. O 25 de Abril não saneou os cúmplices do fascismo e os raros juízes demitidos, por colaboração com a Pide, foram imediatamente reintegrados, com retroativos, após o 25 de novembro de 1975. Nem os juízes fascistas dos Tribunais Plenários foram julgados. A Paulo Pedroso não há sentença que consiga ressarci-lo da humilhação, a ele que logo pediu o levantamento da sua imunidade parlamentar, para se deixar prender, sem haver perigo de fuga ou flagrante delito. O juiz que teve a glória a prender um deputado, foi recebido em delírio, com foguetes e banda de música na comarca de Torres Vedras, quando aí foi colocado. Depois de um acórdão da Relação referir que “cometeu erros grosseiros na investigação” do processo Casa Pia, veio a ser classificado de Muito Bom o seu desempenho. O país lembra-se das câmaras que o seguiam e da satisfação com que era filmado em ralis de todo o terreno. O deslumbramento e a certeza da impunidade levaram-no a proferir um despacho em que proibia “no seu Tribunal” o novo Acordo Ortográfico, a todos os funcionários e, pasme-se, aos advogados. O juiz que tão grosseiramente violou o tratado assinado pelo Estado Português, não se limitou à desobediência, quis impô-la ao arrepio da lei e da decência, como se ao juiz não coubesse apenas a aplicação da lei e, jamais, a sua violação. Isso, sim, foi grave, e não consta que tenha sido punido. (…)» Carlos Esperança, FB.
  • Os músicos de uma banda palestina foram detidos e as suas casas confiscadas por as letras das suas canções promoverem o incitamento à resistência. MEM.
  • Um centro de tratamento à cólera acabado de construir em Abs, no centro do Yemen foi bombardeado por forças da coligação da Arábia Saudita e dos Emiratos Árabes Unidos, denuncia Chris Murphy, senador democrata pelo Connecticutt, citado pela Common Dreams.

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