Foto: Ossi Saarinen.
«(…) Esta semana, depondo em tribunal a favor do amigo, o juiz— que a tal ponto nunca teve uma dúvida sob a culpabilidade de Sócrates que o manteve em prisão preventiva nove meses — também não teve uma dúvida em declarar a sua convicção na plena inocência do amigo. Porquê? Porque é seu amigo e essas coisas, declarou, “não estão na matriz dele”. E ele, Carlos Alexandre, que também aceitou a tese do MP de que os 25 mil euros mensais que Sócrates ganhava na Octapharma eram um salário fictício que, de facto, abatia a dinheiro de corrupção, não estranhava os 760 mil de adiantamento por um ano de salários (60 mil por mês) que o amigo Orlando Figueira tinha recebido por ter ido subitamente trabalhar para um banco angolano. A única coisa que o juiz não sabia e que o deixou “estupefacto” foi saber que o amigo fazia frequentes viagens a Andorra para ir buscar os ordenados aos poucos, por forma a que o fisco não desse por nada. Estamos sempre a aprender, afinal. (…)» Miguel Sousa Tavares, in Singularidades da política portuguesa - Expresso 17mar2018, via A estátua de sal.
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