Cartoon de Pat Bagley, in Salt Lake Tribune Jan. 14, 2018
- «(…) Rui Rio viu-se desarmado quando Clara de Sousa lhe perguntou se se recordava da última vez que fora ao teatro. Não se recordava. Penosos minutos aqueles em que o candidato à liderança do PSD se enrodilhou num argumentário pueril. Se lhe tivesse perguntado sobre cinema, talvez ainda fosse lá. Mesmo aí, só ao fim de muito tempo foi capaz de recordar que entrara numa sala no dia seguinte a ter abandonado a presidência da Câmara Municipal do Porto. Isto é, há mais de cinco anos. (…) Após recordar a trapalhada dos concertos para violino de Chopin, a jornalista refere que Santana entretanto aprendera a tocar piano e pergunta-lhe se já sabe tocar bem alguma das peças de Chopin, esse Romântico por excelência. A resposta é todo um programa: “Não, por acaso não. Eu é mais música romântica”. Nada dessas coisas de Chopin, portanto. Clara insiste e Santana não desarma. Como gosta muito de música romântica, ele é mais Bach. Até balbucia o nome de um prelúdio do mestre do Barroco. Ainda não está nas Variações Goldberg. Pode ser que lá chegue. Chopin é que não. Nem no violino, nem ao piano.(…)» Valdemar Cruz, in De La Féria a Chopin com um toque de Bach - Expresso 13jan2018. Passos Coelho também não vai recordar-se de Filipe La Féria o ter descartado por não precisar de um barítono mas de um tenor.
- «(…) Costuma dizer-se que o PSD é o mais português de todos os partidos. De facto, do ponto de vista das grandes famílias políticas europeias, é filho de pai incógnito. Isto resulta do contexto histórico em que se fundou: quando ser de direita era impensável, quis aderir à Internacional Socialista enquanto herdava grande parte da base de apoio do Estado Novo. Os contactos internacionais de Soares permitiram que fosse o PS a ocupar o espaço que Sá Carneiro desejou e os combates do PREC determinaram que fosse o PS a liderar o combate aos comunistas e à extrema-esquerda. Para o PSD ficou uma função: ser alternativa ao PS. Do ponto de vista prático, é o grande partido da direita portuguesa. Só que o equívoco do seu nome e da sua fundação e a necessidade de falar para uma maioria social de esquerda impedem-no de construir um discurso coerente. As suas lideranças formam-se nesta crise identitária que erradamente se toma por pragmatismo. (…) Rui Rio, que cheguei a pensar que seria um autoritário destinado a representar o cansaço com regime, não tem carisma para ser o Sidónio Pais modernizado que desejava. O que diz de extravagante, que costuma vir de candidatos antissistémicos, não o diz por ser um populista, que até mostrou não ser. É só a autoconfiança de um amador a falar. E Santana continua Santana, um bobo cheio de malícia que, não sendo levado a sério, sabe que nem as suas baixezas o prejudicam. É uma anedota demasiadas vezes contada da qual já ninguém se vai rir. (…)» Daniel Oliveira, in Sidónio e batatinha - Expresso, 13jan2018 – via A Estátua de sal.
- A Virgin Care Services Ltd de Richard Branson não pagou nenhum imposto pelo segundo ano consecutivo, apesar de ter obtido um lucro de 15 milhões de libras nos últimos dois anos. iNews.
- Um relatório do Parlamento Europeu sugere a demissão e julgamento de dois altos funcionários malteses (ministro do Turismo Konrad Mizzi e chefe de gabinete do primeiro-ministro, Keith Schembri ) por alegada lavagem de dinheiro e evasão fiscal.
Sem comentários:
Enviar um comentário