sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Bico calado

Imagem colhida aqui.
  • «A morte do empresário da grande distribuição Belmiro de Azevedo está a transformar a comunicação social num vale de lágrimas. (…) Presumo que os tarefeiros e outros especialistas em economia, finanças e astronomia das redacções e dos balcões da comunicação social jamais tenham ouvido falar nesta prática, na arte de morrer, em latim, que consta de livros de devoção destinados ao preparo de cristãos para uma boa morte. O propósito era auxiliar a pessoa no leito da ida a escapar do inferno ou mesmo do purgatório através de uma penitência genuína. Também fazia parte da arte de morrer a confissão dos pecados, assegurada através dos salmos confessionais ou penitenciais. (…) Ora vemos que os seus salmistas, ao endeusarem-no em vida, insultam a Majestade Divina. Pela minha parte, que não conheci o engenheiro Belmiro de Azevedo, que nunca fui caixa de supermercado, nem lojista dos seus shoppings, que nunca tive de aturar os seus vendedores e os seus contratos leoninos, pagar as suas promoções, julgo que seria avisado e sinal de sabedoria não dar ouvido aos pregadores da sua glória terrena em Portugal e na Holanda, por exemplo. Admitir alguns dos seus pecados, garantir que se teria arrependido das más acções, implorar indulgência para com os seus delitos, enfim, julgo que alguma humildade seria bem-vinda em nome da arte de morrer e até do respeito para com o morto.» Carlos Matos Gomes, FB. https://www.facebook.com/carlos.matosgomes/posts/1522954744417128
  • «Morreu o grande empresário "holandês" Belmiro de Azevedo, (…) não pagava impostos na Pátria enquanto era ele mesmo um gigantesco imposto entre a agricultura portuguesa que destruiu e os consumidores e trabalhadores das filiais portuguesas das empresas do grupo Sonae como o Continente sedeadas na Holanda e, provavelmente, ainda noutros países. (…) foi um dos grandes responsáveis pela destruição da agricultura portuguesa porque importava quase todos os produtos alimentares que vendia à excepção de alguns vegetais como alfaces, couves, tomates e poucas frutas como uvas e peras por serem muito perecíveis e estragarem-se no camiões TIR ou contentores. (…) Belmiro e Santos são responsáveis pela baixa natalidade portuguesa por pagarem salários que tornam impossível a um casal trabalhador viver sem os dois cônjuges a trabalharem e sem filhos ou apenas um desde que os avós ajudem a criá-lo. (…)» Dieter Dellinger, FB.
  • «E porque há-de a morte de um empresário merecer um voto de pesar do Parlamento? De alguém que disse que só há competitividade com baixos salários? Expliquem lá o que há para agradecer ao certo? Quantos votos de pesar mereceram a morte de trabalhadores? Isto é o verdadeiro politicamente correcto. Esta coisa de que todos são muito bons depois da morte e quem não se associar ao carpir generalizado é um monstro. É isto o politicamente correcto. E gente que se diz de esquerda escrever artigos do nível – ou falta dele – de Rui Tavares sobre o dono do Público, demonstra bem aquilo que disse atrás. Belmiro defendia que não há almoços grátis. Pois não.» Manifesto74.
  • «Entretanto, vi e ouvi há pouco, num canal de TV privado, três jornalistas em delírio a incensar Belmiro de Azevedo, considerando-o um "mecenas da imprensa livre" e considerando o jornal Público, ainda hoje, como um "oásis da liberdade de imprensa". (…) Ou seja, há liberdade de imprensa em Portugal graças a Belmiro de Azevedo e não graças ao 25 de Abril. Mas são estes, infelizmente, os representantes da maioria dos jornalistas que temos hoje em Portugal, ao serviço do patronato de sucesso e da plutocracia arrogante que eles veneram.» Alfredo Barroso, FB.
  • Belmiro: uma fortuna feita na Bolsa e nas privatizações, titula a Esquerda.

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