segunda-feira, 13 de março de 2017

Bico calado

  • «(…) O meu companheiro de redação João Céu e Silva debruçou-se sobre um pequeno anúncio de título cabalístico - e fez a manchete para esta edição. O jornal em que o anúncio foi publicado, a 10 de março de 1917 (faz hoje cem anos), estava a várias semanas do que viria ser o célebre 13 de maio. Porém, anunciava algo que podemos agora relacionar com Fátima e as aparições. Admito que é estranho. (…) Que raio é aquele número "135917", tão data extraordinária (13/05/1917), encimando o anúncio que nos interpela: "Não esqueças o dia feliz em que findará o nosso martírio. A guerra que nos fazem terminará” (…)» Ferreira Fernandes in O anúncio que hoje faz 100 anos e ainda não me convenceu a admitir o milagre de Fátima – DN 10mar2017.
  • «Claro que cancelamentos deste género não são inéditos. No passado mês de Dezembro, estava prevista para a Universidade da Beira Interior uma conferência sobre o Saara Ocidental, organizada por um núcleo de alunos. No entanto, o evento não se realizou devido a pressões da embaixada de Marrocos. Pedro Guedes, presidente da Faculdade, estava mais preocupado com o bom-nome da Faculdade e seria bem pior se o evento se realizasse. Quem não se lembra da enorme polémica que este tema levantou em torno da liberdade de expressão em Portugal e dos direitos políticos em Marrocos? Ninguém. Pois não. Porque não estávamos a falar de alguém com a dimensão de Jaime Nogueira Pinto, que pertence a uma casta dentro das elites académicas e não só, que passaram bem durante o salazarismo e não se dão nada mal em democracia.» Ricardo Santos in A liberdade é uma malucaManifesto74.
  • Mata-bicho de 10mar2017, Antena1. Jaime Nogueira Pinto e seus muchachos são democraticamente triturados.
  • «O Ex-secretário de Estado Paulo Núncio fez parte da equipa de advogados da Garrigues até entrar no Governo de Passos-Portas, uma sociedade internacional de advocacia, com sede em Espanha, que teve como cliente a petrolífera venezuelana PDVSA. Segundo o Jornal Económico, foi esta empresa que fez uma parte "significativa" das transferências de 7,8 mil milhões para o Panamá através do BES, entre 2012 e 2014, e que passaram ao largo da fiscalização da Autoridade Tributária. Paulo Núncio criou empresas na Zona Franca da Madeira (ZFM), para a qual trabalhou durante dez anos, como fiscalista. Este dado é relevante uma vez que a publicação de dados sobre a Madeira foi a única dúvida oficial levantava por Núncio para não publicar dados sobre offshoresPúblico 12mar2017.
  • «Toda a gente deve ter o direito à sua atividade profissional, e os membros do governo também. O problema está quando um profissional dos paraísos fiscais vai parar a Secretário de Estado responsável pelas relações com paraísos fiscais. E depois de ser Secretário de Estado, de saber como a máquina funciona, volta à sua profissãoMariana Mortágua, FB.
  • Governo regional decidiu renovar a concessão da zona franca por mais 10 anos ao Grupo Pestana. Ao mesmo tempo, o governo regional também escolheu um novo representante na empresa. É João Machado, o ex-diretor da Autoridade Tributária da Madeira, o organismo responsável por fiscalizar a exploração da zona franca.
  • «É uma burla legal para beneficiar amigos», diz João Pedro Martins no noticiário da TSF (aos 6:00) de 10 de março. «É o único offshore do mundo em que um privado gere os tributos da coletividade. Para além disso, João Machado, o novo responsável pela offshore da Madeira, e antigo responsável pela Autoridade Tributária da Madeira que, recorde-se, esteve acusado de corrupção e fraude fiscal e que, apesar disso, se manteve em funções.»  
  • «Se eu tivesse sido nomeado administrador, vá lá, de cinco ou seis empresas de um milionário mexicano, era tudo normal. Se tivesse sido avençado da empresa que envia dinheiro para o Panamá e que se esqueceu de fazer as declarações devidas ao fisco, era só um azar. Se tivesse andado a tratar de dinheiros da Escom para submarinos, business as usual. Mas ser nomeado para um conselho Consultivo do Banco de Portugal, trabalho não pago e que não é de administração, isso é um escândalo, o país treme de indignação e Melo é o seu profeta.» Francisco Louçã, FB.

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